Coluna da Maga
Magali Moraes: vai pro paredão
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Se a sua vida fosse um BBB, quem você gostaria de mandar pro paredão? Será que daria pra pedir pros amigos votarem pra te ajudar nessa eliminação? Vamos além. E se o paredão aceitasse não só pessoas mas também situações, objetos e sentimentos: o que você faria questão de eliminar? Nem precisa responder agora, vai pensando aí. Nesse exercício de imaginação, suas vontades não vão virar notícia. Na sua vida, não existem tantas câmeras vigiando noite e dia. É listar, decidir e agir.
Eu nem sei por onde começaria a montar o meu paredão. Quem entra no BBB sabe que tudo é um jogo, e ganha quem melhor souber jogar. Mesmo assim, o pessoal lá dentro se perde. As máscaras caem rapidinho. Do lado de fora, não. Pra nós que assistimos, fica fácil ver quem é do mal. Os brothers em cima do muro. Os fofoqueiros de plantão. Da mesma forma, a turma do bem vai mostrando carisma e força. Se a gente ficar em dúvida, é só acompanhar as infinitas discussões e teorias sobre o BBB.
Conkás
Já pensou em alguém pra mandar pro seu paredão? Tô pensando aqui também. Não que existam Karols Conkás no meu dia-a-dia, tipo assim pedindo pra serem eliminadas. Uma pessoa negativa aqui, outra que decepciona ali. Esse é o problema. Na vida real, nem tudo fica tão claro como no BBB. É do ser humano relevar, perdoar, dar uma segunda chance (e a terceira, quarta). Acho mais fácil imaginar que sentimentos levaria pro paredão: insegurança, ansiedade, inveja, medo, angústia.
No quesito objetos, eu eliminaria o fio dental e a pinça (mas não posso viver sem). Café morno, barata, cólica, unha encravada, insônia, dor de dente? Já pro paredão! Só não cancela ninguém, por favor. Tá na moda a cultura do cancelamento, que é julgar pessoas a ponto de boicotar, perseguir, massacrar (especialmente nas redes sociais). Uma eliminadinha, nem que seja pra dar um tempo, ok. Tomara que a criatura mude e evolua. No paredão da vida real, que o resultado traga leveza.