Revisão nos planos
Com redução no repasse de vacinas pelo Ministério da Saúde, RS pode receber cerca de 600 mil doses a menos este mês
Previsão de 38 milhões de unidades de imunizantes feita na última sexta-feira pelo ministro Eduardo Pazuello foi refeita, e país deverá contar com 30 milhões
A previsão de repasse de doses de vacinas contra o coronavírus pelo Ministério da Saúde aos Estados em março sofreu uma série de mudanças nos últimos dias e deve resultar em entrega de menos 600 mil doses de imunizantes ao Rio Grande do Sul em março.
A estimativa da última sexta-feira (5) do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, era de encaminhar 38 milhões de doses aos Estados ao longo deste mês. Porém, no sábado (6), a pasta informou a queda do volume total para 30 milhões e, depois, para quantidades entre 25 milhões a 28 milhões. O governo federal alega problemas no recebimento de doses da vacina Covaxin, adquirida da indiana Bharat Biotech.
Nesta terça-feira (9), porém, o ministério enviou à reportagem de GZH projeção que reforça o repasse de 30 milhões de doses, em março, aos Estados (6,7 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca e 23,3 milhões da CoronaVac).
Caso se confirme essa quantidade, o Rio Grande do Sul receberia cerca de 1,8 milhão de doses – abaixo das 2,4 milhões de doses previstas pelo governo do Estado, levando em conta a estimativa inicial de 38 milhões. As projeções para o RS são feitas com base nos percentuais repassados para o Estado até o momento, que não são exatos, mas giram em torno de 6% da distribuição nacional, segundo o governador Eduardo Leite.
No sábado, Leite adiantou à colunista de GZH Kelly Matos que o eventual repasse de 2,4 milhões de doses ao Estado abriria caminho para a vacinação de idosos de 65 anos ou mais. Com a redução no envio, esse cenário deve se modificar.
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Questionada sobre com qual projeção trabalha, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou nesta terça que “programa a distribuição das vacinas somente a partir da confirmação do envio das remessas” por parte do governo federal. Acrescenta ainda que: “Se o Ministério da Saúde tivesse cumprido o calendário prometido, a expectativa era avançar ainda mais na vacinação dos idosos”.
Já o Ministério da Saúde destacou, em nota, que o cronograma de entrega de doses de vacinas contra a covid-19 depende dos fornecedores: “O cronograma de entrega de doses de vacinas contra a covid-19 é enviado à pasta pelos fornecedores dos imunizantes e está sujeito a constantes alterações, de acordo com a produção dos insumos, considerando que ainda não há um fluxo regular de produção da vacina”.