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Sítio da Eneida

Incêndio destrói cozinha e toda a reserva de comida de sítio que acolhe 300 cães em Viamão

Local precisa de doações de materiais de construção e de rações para os animais

29/03/2021 - 12h31min


Tiago Boff
Tiago Boff
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Tiago Boff / Agencia RBS
Maria Eneida Freitas da Silveira, 57 anos

Desde 2005, animais abandonados ou encontrados em condições desfavoráveis na rua são acolhidos por Maria Eneida Freitas da Silveira, 57 anos. Comerciária em Gravataí, ela fechou a loja que tinha e trocou a casa por um sítio em Águas Claras, distrito de Viamão. Na nova morada, pôde manter a ajuda aos cães, que já estavam sem espaço na antiga residência.

No último sábado (27), o Sítio da Eneida passou pela maior dificuldade nos 16 anos de atendimento voluntário. Um incêndio destruiu a cozinha na qual preparava refeições aos 300 cachorros resgatados.

– A gente fica sem chão. Nunca tinha acontecido isso aqui - afirma.

Cinco freezers, fogão industrial, panelas e outros utensílios acabaram destruídos pelas chamas. Na manhã desta segunda-feira (29), quase 48 horas após o fogo atingir a peça, ainda havia muita fumaça e uma pequena centelha ao lado de uma das paredes. No pátio, botijões chamuscados foram deixados escorados em um tronco.

O telhado foi parcialmente destruído, e as paredes da cozinha estão visivelmente condenadas. Elas serão derrubadas logo que haja recursos financeiros para uma obra.

Além da estrutura, toda a comida reservada para os bichos foi queimada. No local, havia 10 sacos de 30 quilos cada, com arroz quirera - de grão quebradiço. Parte do alimento estava em quatro panelões, e seria misturado à carne de frango e de gado. Tudo foi perdido.

Nenhum animal ficou ferido. O fogo foi debelado pelo Corpo de Bombeiros do município, ainda no final de semana.

Esposo de Maria Eneida, o industriário aposentado Marco Gutierrez Orcy, 67 anos, afirma que os trabalhadores do sítio tentaram entrar no local do incêndio.

– Queriam entrar na peça para salvar as coisas, mas era muito perigoso. Ninguém viu começar, a gente estava entregando material para reciclagem e ouviu os gritos de fogo, fogo – relembra.

Quatro pessoas trabalham nas tarefas de cuidados com os bichos. Além das três centenas de cães, há em torno de 20 gatos. Todos têm uma ampla área verde e canis com casinhas para dormitório.

Maria Eneida coleta tampinhas, garrafas plásticas e outros materiais recicláveis para vender a locais que comercializam os itens. O dinheiro arrecadado banca boa parte dos custos do espaço de acolhimento. O complemento vem do benefício recebido pelo aposentado.

A comida servida aos cães é misturada com ração “para render mais”, afirma a acolhedora. Os alimentos também são fruto da ajuda de apoiadores.

Poucas horas após o incidente, carregamentos com doações começaram a chegar.

– Eu não tenho palavras para agradecer. Muita gente já procurou, tem uma mobilização, eu nem dou conta de responder tanto WhatsApp. Preciso reconstruir isso logo, para alimentar meus cães - diz Maria Eneida, emocionada com a ajuda.

Móveis, utensílios, todo tipo material de construção e mão de obra são aceitos. Ração ou qualquer valor em dinheiro também é bem-vindo. O contato com Eneida é pelo número 51 99-302-2380. Depósitos podem ser feitos pela chave Pix (CPF): 40288412087, conta em nome de Maria Eneida.


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