Pandemia
Internações por covid-19 em leitos clínicos caem 23% no RS desde o pico, mas ritmo é mais lento do que na subida
Auge foi registrado em 12 de março, com 5,4 mil pacientes; nesta terça há 4,2 mil
O número de pacientes com covid-19 internados em leitos clínicos caiu quase 23% desde que o indicador atingiu o pico, no dia 12 de março, até esta terça-feira (30). A queda, no entanto, não ocorre na mesma velocidade com que se deu a ascensão, semanas atrás.
O último pico de internações em leitos clínicos contabilizou 5,4 mil pessoas com covid-19. No fim da tarde desta terça, passados 18 dias do ápice da curva, havia 4,2 mil pacientes com a doença nesses leitos. A queda no período é de 22,7%.
Em 22 de fevereiro, 18 dias antes do pico, havia 2 mil pacientes com covid-19 em leitos clínicos. A subida, mais íngreme, foi de 165,1% no período.
O número de casos confirmados também tem caído desde o início de março. A diminuição começou a ser registrada nos dias seguintes ao governo do Estado adotar a bandeira preta para todo o território gaúcho, com suspensão das flexibilizações municipais.
UTIs seguem em colapso
A melhora nos indicadores de novas contaminações e de internações em leitos clínicos ainda não desafogou as unidades de tratamento intensivo (UTIs). O total de pacientes com covid-19 em UTIs segue no alto do patamar, oscilando entre 2,4 mil e 2,6 mil, desde o dia 12 de março. No fim da tarde desta terça, havia 2,5 mil pessoas nessa situação.
Epidemiologistas ouvidos por GZH ao longo da pandemia têm apontado que os indicadores de UTIs e óbitos são os últimos a refletirem qualquer mudança de cenário na pandemia — seja para pior, seja para melhor.
Nesta terça (30), o Estado chegou ao 29º dia seguido com mais de 100% de ocupação geral de leitos de UTI. No fim da tarde, o marcador estava em 102,8%.
Quando a ocupação passa de 100%, significa que há mais pessoas em atendimento do que o total de leitos oficialmente abertos. Na prática, isso quer dizer que há algum grau de improvisação no atendimento. O nível crítico de ocupação das UTIs é 90%; acima deste patamar é acionado o último nível de contingência hospitalar, com remanejamento de leitos e interrupção de atividades.