No passado, eu já achei bobagem. Depois, me pareceu chique. De uns tempos pra cá, comecei a achar interessante. Às vezes, impossível. Recentemente, entendi que é necessário. Nos últimos dias, concluí que é fundamental. De que outra forma aquietar a mente nessa pandemia sem fim? Como focar em pensamentos positivos quando amigos próximos adoecem e ninguém tem certeza de nada? Cadê a luz no fim desse túnel escuro que se tornou a nossa vida? Hoje estamos bem, amanhã sabe-se lá.

Se a meditação fosse uma pessoa, eu adoraria virar a sua melhor amiga. Iria me esforçar muito pra isso. Mas a meditação é uma prática, um estado de espírito, um benefício pra mente e também pro corpo. Então eu tento descobrir como me encaixar nesse universo até agora paralelo. Como eu, tão agitada e ansiosa, vou conseguir meditar? Será algo mais demorado de acontecer do que a vacina pra minha faixa etária? Já que não quero surtar, comecei a ouvir meditação guiada pra dormir melhor.

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Headspace

E, semana passada, ganhei uma dica valiosa da Mari: "Tem uma série chamada Headspace no Netflix". Espaço de cabeça, numa tradução literal. Ou abrir espaço na mente. Desapegar dos pensamentos ruins, reorganizar as emoções, aprender a respirar, buscar equilíbrio. Tudo na série ajuda a relaxar. As animações fofas, as explicações didáticas, a música tranquila, os exercícios guiados pela voz calma do Andy Puddicombe que foi monge budista por 10 anos e meditava 16 horas diárias. 

Em cada episódio, ele ensina como começar a meditar, a lidar com o estresse, dor e raiva, a exercitar gratidão e atenção plena. Embasa as técnicas com estudos que mostram como áreas do cérebro mudam de tamanho com a prática frequente. E até como a autocompaixão ajuda a reduzir a preocupação negativa das mulheres com o próprio corpo. Meditar também é sobre ser gentil consigo mesmo. Estou vendo a série, já baixei o aplicativo Headspace e vou ouvir o podcast. Bora meditar pra não surtar.