Estoque zerado
Cerca de 70% dos municípios gaúchos registram falta da CoronaVac
Com isso, aplicação da segunda dose do imunizante foi suspensa em muitas cidades
Um levantamento realizado pelo Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) aponta que 350 dos 497 municípios gaúchos registravam falta da vacina CoronaVac nesta quarta-feira (28). O número representa 70,4% das cidades do Estado. Com isso, a aplicação da segunda dose do imunizante está suspensa em muitas localidades.
De acordo com o presidente do conselho, o secretário municipal de Saúde de Canoas Maicon de Barros Lemos, a tendência é de que este número aumente até o final do dia. Segundo Lemos é possível que todas as cidades gaúchas fiquem sem estoque em até 5 dias.
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— Ao receber as doses, os municípios rapidamente organizaram a distribuição. Então, a tendência é de que nos próximos dias todos os municípios tenham problemas para a administração da segunda dose desta vacina — destaca.
O lote recebido pelo Estado na última sexta-feira (23) contava com apenas 50.200 doses da CoronaVac. Essa quantidade é suficiente para suprir somente 86% da demanda para segunda dose no Rio Grande do Sul.
O Instituto Butantan, que produz a CoronaVac, afirmou, em nota encaminhada a GZH, que um novo lote da vacina será entregue ao Ministério da Saúde na próxima segunda-feira (3). O último repasse de imunizantes ao governo federal ocorreu em 19 de abril, com 700 mil unidades.
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O atraso desta vez ocorre em razão de problemas envolvendo a importação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) feito na China, que também chegou ao Brasil no último dia 19. São necessárias duas semanas para que o Butantan produza as vacinas.
— Existe uma demanda muito grande do mundo todo de vacinas a partir da China, e isso tem resultado nesses atrasos — afirmou o presidente do instituto, Dimas Covas, no dia 19 de abril. — Esperamos que, a partir de maio, com uma liberação maior de matéria-prima, possamos adiantar o cronograma — completou.