Lá em Casa
Cris Silva: "Hoje é o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo"
Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras
Você sabe o que é autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Trata-se de um assunto complexo, que necessita de uma análise particular em cada criança e/ou pessoa. No entanto, há aspectos básicos para que se possa compreender de forma clara este conceito. Afinal, o que caracteriza o autismo? Qual sua definição? É o que veremos a seguir.
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)
Antes de se falar em autismo, existem os Transtornos Globais de Desenvolvimento, que indicam algumas características relacionadas ao autismo, como dificuldades de socializar, atraso de linguagem e comunicação e, também, comportamentos agressivos. Toda criança ou indivíduo que se engloba neste conceito passa por um comprometimento intelectual que, por sua vez, compromete seu desenvolvimento e evolução nas esferas social e acadêmica.
Autismo
Dito isto, podemos definir o autismo como uma síndrome comportamental que apresenta sintomas básicos como dificuldade de interação social, déficit de comunicação social e padrões inadequados de comportamento que não possuem finalidade social. Ao identificarmos estas três características básicas, é possível definir e diagnosticar o autismo.
Pesquisas e estudos
A palavra autismo foi utilizada primeiramente pelo pesquisador Bleuler, em 1911, significando a perda de contato com a realidade. O termo refere-se às crianças pesquisadas, que viviam num mundo próprio, dentro de si mesmas, daí a raiz "auto" (voltado para si próprio). Posteriormente, Kanner publica os primeiros artigos, apontando a questão do autismo presente em 11 crianças, no ano de 1943. No ano seguinte, Asperger publica estudos em que as crianças com autismo apresentavam certa desenvoltura cognitiva e inteligência normal. O transtorno do espectro autista é classificado em três graus atualmente: leve, moderado e severo.
Fonte: Instituto NeuroSaber
"Eu desconfiei"
Mirian Ribeiro, mãe do Miguel, hoje com seis anos
"Eu desconfiei que o Miguel tinha alguma coisa que fugia da normalidade. Com um ano e meio, quando as crianças da idade dele já falavam, sentia uma certa estranheza de que a fala não estava normal. Hoje, vejo que tinham mais sinais, mas eu percebia só o atraso na fala. As pessoas diziam: 'É o jeito dele, cada criança tem seu tempo'. Concordo, mas existem os marcos de desenvolvimento, aos quais precisamos ficar atentas. Eu esperei até os dois anos dele, aí ele não falava, não atendia quando chamavam, não interagia, não brincava. Levei no pediatra e no neurologista. Foram cinco meses de avaliação e veio o diagnóstico de autismo."
Eliane Sá Britto Bitencourt, mãe do Marcio, hoje com 16 anos
"Quando adotamos ele, já sabia que tinha um problema cognitivo. Mas eu não sabia qual era o nome dessa limitação. Sou professora e convivo com crianças autistas, então, já desconfiava que poderia ser. Levei-o em alguns neuropediatras e sempre me disseram 'não é nada, é coisa da tua cabeça'. Certa vez, fomos a Porto Alegre para ele retirar a traqueostomia que usava. No hospital Moinhos de Vento, o doutor perguntou se nós gostaríamos que ele fosse avaliado pela neuropediatra deles. E foi então que ele recebeu o diagnóstico de autismo, aos seis anos de idade. Hoje, vendo os vídeos daquela época, percebo como ele já tinha os sinais. Por isso é importante observar e levar em pessoas que tenham conhecimento do assunto. As características do autismo estavam ali, mascaradas por causa da traqueostomia que limitava a fala, mas estavam ali. A desconfiança veio com quatro anos de idade, quando ele começou a brincar com objetos específicos, a girar em torno do corpo, enfileirar os brinquedos e os objetos."
Quer saber mais sobre os tipos de autismo? Assista ao vídeo.
Pérola
– Luiza, você precisa comer tudo para ficar grande.
– Mas eu gosto de ser criança!
Luiza, quatros anos