Novo imunizante
RS receberá cerca de 30 mil doses da vacina da Pfizer em maio, mas uso será restrito a Porto Alegre
Logística complexa exige armazenamento em baixíssimas temperaturas para que haja garantia da validade
A partir de maio, o Rio Grande do Sul deve contar com uma vacina contra a covid-19 até então desconhecida dos gaúchos, acostumados a verem nos postos de saúde a CoronaVac ou o produto da AstraZeneca/Oxford. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) espera receber cerca de 30 mil doses da vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer e pela BioNTech. A previsão do Ministério da Saúde é distribuir as doses aos Estados no começo do mês, ainda sem data confirmada.
Esta primeira remessa, no entanto, será utilizada somente em Porto Alegre, devido à logística complexa exigida pela vacina. O imunizante possui prazo de validade de seis meses quando armazenado a uma temperatura de -75°C (com variação de 15°C para mais ou para menos). A Anvisa aprovou o armazenamento a uma temperatura de -20°C (com variação de 5°C para mais ou para menos), mas, nesta condição, é possível permanecer por apenas duas semanas – a mesma autorização havia sido concedida também nos Estados Unidos.
A vacina, que usa a tecnologia de RNA mensageiro, precisa ser transportada em uma caixa própria adequadamente preenchida com gelo seco, onde pode ficar armazenada por até 30 dias, conforme orientação da Pfizer. Quando for levada aos postos de saúde, pode ser mantida em refrigeradores com temperatura entre 2°C e 8°C, o que possibilita a aplicação das doses.
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Para a aplicação, cada frasco com seis doses deve ser diluído com soro fisiológico injetável, e pode permanecer à temperatura ambiente por até oito horas (duas antes da diluição e seis depois), conforme material de divulgação da SES. Gestores e técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) participam, nesta semana, de um treinamento da Pfizer para que haja a garantia da melhor distribuição, armazenamento e aplicação.
A vacina da Pfizer foi a primeira contra a covid-19 a receber o registro da Anvisa para uso definitivo no Brasil. A eficácia é de 95% para casos leves, moderados e graves, e a vacina pode ser aplicada em pessoas com 16 anos ou mais.
O esquema vacinal completo conta com duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. Conforme a SES, a melhor resposta é com exatos 21 dias de intervalo, mas não há erro vacinal se este período for ampliado.