Sábado passado foi o Dia da Família. Taí uma data que, no mínimo, merece ser lembrada. De preferência, comemorada. Com quantos corações se faz uma família? A gente já nasce dentro de uma, e tomara que a sorte esteja do nosso lado. Porque nem toda família é acolhedora, animada, unida. Tem umas que nem parecem família, é só o sobrenome em comum. Tanto é que muitas vezes a verdadeira família é formada por amigos escolhidos a dedo. Sem laços de sangue, mas com sintonia, amor e respeito. 

Ao longo da vida, as famílias mudam de tamanho tipo assim efeito-sanfona: engordam, emagrecem, engordam. São as crianças que surgem (filhos, primos, sobrinhos, netos, bisnetos) e enchem a casa. São as namoradas e namorados que chegam, e passam a ser da família. São os relacionamentos que terminam, e novas famílias se formam ou se misturam numa gostosa confusão de enteados, madrastas, padrastos e agregados. São os filhos que saem de casa e os pets que se tornam filhos.

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Cadeira 

Cada fase é diferente. Às vezes, falta cadeira e lugar na mesa. Ou então sobra espaço. Desde que nunca faltem amor e parceria, tá tudo bem. Mas tem algo que existe em todas, senão nem parece família: caos e confusão. Briguinhas bobas, fofocas, ciumeiras, desentendimentos, pratos quebrados (de louça e de sentido figurado). É assunto varrido pra baixo do tapete. É reunião de família que faz baixar a poeira e tudo voltar ao normal. Um almoço de domingo pode ser a paz na terra ou o próprio inferno.

A maioria se entende, se implica, se ama, se suporta, se quer bem, se encontra seguido, se afasta, sente saudade, se aproxima de novo. Tudo vira história pra contar de geração em geração. Risadas e choros acontecem nas melhores famílias. Sustos, revelações, surpresas, ausências. Tem os que pedem dinheiro e os que emprestam. Tem famílias grudadas feito Super Bonder. Até as que não são seguem sendo família. Eu não sou nada sem a minha. Que saudade de aglomerar com a parentada.

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