Você lembra dos seus sonhos quando acorda? Com riqueza de detalhes? Eu raramente lembro, se é que consigo sonhar. Ultimamente, dormir bem tem sido uma busca constante pra mim. E os sonhos acontecem justamente na fase REM do sono, quando dormimos profundamente. REM vem da sigla Rapid Eye Moviment (Movimento Rápido dos Olhos). Nessa hora, esperto que só vendo, o cérebro humano bloqueia nossos músculos dos braços e pernas, evitando que o corpo faça o que o sono manda. 

Pra quem não fica revirando acordada na cama, o normal é oscilar entre as fases REM e Não-REM. É possível ter vários períodos de REM e se refestelar sonhando ao longo da noite. Até duas horas de sono profundo, olha que inveja! E pensar que tudo isso acontece quando a gente consegue desligar a cabeça e se entregar ao travesseiro. Nossa memória se fortalece na fase REM. Com o passar do tempo, vamos diminuindo não só as horas de sono, como também esse estágio mais reparador.

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Pai

Hoje à noite, em especial, eu gostaria muito de sonhar. É a data de aniversário do meu pai. O sexto ano em que não posso mais abraçá-lo depois de cantar os parabéns. De lá pra cá, acho que nunca sonhei com ele, por mais que eu queira. E, se não fosse pedir muito, eu gostaria de um sonho super hiper mega demorado. Daqueles em que a gente lembra de tudo, descreve todas as cores, roupas e lugares, ouve e fala com a pessoa. Assim eu acordaria feliz da vida. Sem bocejos, com novas memórias do pai.

Bem que os sonhos e as saudades poderiam se encontrar mais seguido. Sono profundo e saudade reparadora (ou vice-versa). Tenho mais uma carta na manga: ganhei da mãe uma manta de crochê que a minha vó fez. Lembro dela tecendo ponto a ponto. Como pode esses fios de lã coloridos e tramados despertarem tanta saudade? É um sonhar acordada. Assim que esfriar mais, eu vou colocar a manta nos pés da cama e fechar os olhos. Cada respiração profunda vai ser um convite pra vó me visitar nos sonhos.