Enquanto Porto Alegre se adapta às novas regras de funcionamento de atividades, que entraram em vigor nesta quarta-feira (19), a prefeitura já definiu um dos focos de fiscalização: as festas e os locais onde será permitida música ao vivo. Bares e casas de festas podem funcionar, desde que com limite de público e obedecendo a medidas de distanciamento, sem pista de dança.

— Sempre acho que comércio, indústria, serviço, todos os setores da cidade que funcionam com responsabilidade não são o causador da grande transmissão do vírus. Essas festas irresponsáveis e aglutinações sim, então, vamos combater fortemente, torcer e trabalhar para que não aumente — disse o prefeito Sebastião Melo em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (20).

Conforme o prefeito, houve casas de festas da cidade que desrespeitaram decretos antigos e que foram fechadas, mas que assumiram o compromisso de que, a partir de agora, vão respeitar as regras. Melo garantiu que estes locais estarão no foco da fiscalização e disse que também que a prefeitura vai endurecer as medidas aplicadas a locais onde forem comprovadas aglomerações:

— Se alguma festa for dissolvida e essa festa voltar a se repetir, nós vamos tomar atitudes mais relevantes em relação a isso. Aviso aos navegantes: nós vamos agir, inclusive punindo fortemente, não só com interdição, mas com multa.

A Guarda Municipal recebe e fiscaliza denúncias 24 horas por dia. Segundo Melo, no entanto, é preciso ter foco:

— Evidentemente tu não tem "pernas" para ter um fiscal em cada estabelecimento. Não dá para dizer isso; eu estaria faltando com a verdade. Tem que ter foco. Essa questão das músicas, vamos ter foco na fiscalização. Hoje tem uma reunião onde vamos definir focos de fiscalização onde a gente entende que pode ter problema. E a população é aquela que pode colaborar enormemente.

Análise de indicadores

Favorável ao novo modelo de enfrentamento à pandemia do governo do Estado, o prefeito da Capital diz que as medidas adotadas na cidade foram definidas em um processo de diálogo que envolveu prefeitos de outras cidades e representantes de setores da economia. Para ele, a construção busca equilibrar os interesses de todos:

— Não atende aqueles que queriam abrir tudo e muito menos aqueles que queriam fechar tudo. Tem a média desse processo de forma gradativa, e passa a ter os municípios com um papel preponderante, o que sempre reivindiquei. Quem não está preparado para administrar uma crise não deve concorrer a nenhum cargo, muito menos a prefeito.

A prefeitura avalia o número de casos e de internações por covid-19 na Capital e também em outras regiões do Rio Grande do Sul, além de países e Estados vizinhos. Conforme Melo, há segurança nas medidas tomadas, mas, se houver necessidade de restringir a permissão de atividades, o Executivo vai agir.

— A gente tem que acompanhar dois fatores: o fator do hospital (crescimento de casos), mas o fator da contaminação em Porto Alegre. Esse aumento de entrada nos hospitais (se ocorrer) é por contaminações em Porto Alegre, ou da região que representamos, ou do Rio Grande do Sul? Se tiver que tomar decisões, não esperaremos o governo do Estado. Nós vamos tomar.

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