Solidariedade
Com mil metros de tecidos doados, voluntárias produzem roupa de cama para o Hospital de Novo Hamburgo
Material entregue por sindicato da cidade se transformará em 300 lençóis e 200 fronhas
Ao todo, 85 voluntários se revezam - em times de nove pessoas - nas mais diferentes funções, como cortar, costurar e passar, para entregar doações de roupas de cama para o Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH). Pacientemente, os grupos costuram as bainhas nas centenas de metros de tecidos doados ao hospital do Vale do Sinos e que se transformarão em 300 lençóis e 200 fronhas.
Após o hospital receber a doação de mil metros de tecidos por parte do Sindicato das Indústrias de Artefatos e de Curtimento de Couros e Peles de Novo Hamburgo (Sindartcouro-NH), um conjunto de mãos habilidosas já deu início aos trabalhos de costura na sede da Cáritas-Canudos, braço da Igreja Católica voltado para a caridade.
Sob a liderança da voluntária Ales Pereira, 58 anos, mais conhecida como Dona Ales, um time com mais pessoas interessadas em ajudar foi montado para que fosse realizado o trabalho de corte e costura das 500 peças que serão enviadas à entidade até o início de julho. Para dar conta da demanda, as equipes se revezam diariamente e trabalham das 8h às 17h.
Moradora do bairro Canudos, o mais populoso de Novo Hamburgo, Dona Ales é voluntária há 30 anos, mas se dedica a essa missão, de maneira integral, desde 2013. Antes da pandemia, ela ministrou curso de panificação e artesanato. Com a chegada do coronavírus, os esforços se voltaram para atender os acamados e profissionais da saúde.
Logo no início da crise sanitária, ela se colocou à disposição do hospital da cidade para formar um grupo de voluntárias para costurar o que fosse preciso para a entidade. Dessa união, foram feitas 26 mil máscaras de proteção, mais de mil travesseiros, 1,2 mil jalecos, 800 uniformes para os profissionais de saúde e 500 peças de roupa de cama, que foram entregues em abril.
— Tudo é em prol do hospital. É um trabalho voluntário porque sabemos que os acamados precisam. Nos esforçamos para fazer o que for possível para eles. Faz um ano e meio que costuramos para a entidade e procuramos ser sempre rápidos, porque a gente sabe o quanto a situação é urgente. No fim, é tudo muito gratificante porque é feito com bastante amor — relata a voluntária.
Tânia Terezinha da Silva, diretora-presidente da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), que gerencia o HMNH, 16 unidades de atenção básica do município e duas unidades de pronto-atendimento, afirma que a pandemia despertou a solidariedade:
— Passamos por momentos difíceis e, mesmo assim, esses parceiros conseguem nos ajudar. Nós, da instituição e da fundação, só temos a agradecer.