Lá em Casa
Cris Silva: "Vamos ler?"
Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras
Esses dias estava pensando em quantos livros eu já li na vida. Não cheguei a um número exato, mas, certamente, foram bem menos do que eu gostaria de ter lido. Quando criança, brinquei muito. Eu morava em Pelotas, numa rua cheia de vizinhos da mesma idade que eu e, por isso, minha infância foi extremamente ativa. Eu jogava taco, pulava elástico, estava sempre a mil. A leitura vinha à noite, para acalmar e “chamar” o sono. Eu sempre adorei esse momento. É como se a gente pudesse viajar para qualquer lugar. Só que a leitura significa muito mais e precisa ser estimulada desde criança.
Comece desde cedo
A leitura é uma das formas de que dispomos para a interação com o ambiente em que estamos inseridos e para a nossa compreensão do mundo. Por isso, é necessário que a criança se familiarize com os livros desde o seu primeiro ano de vida.
Não apenas em casa, mas também na escola, com a alfabetização infantil, a literatura desperta diferentes habilidades nas crianças, como a linguagem, a ampliação de vocabulário, a criatividade e a descoberta do mundo imaginário.
Rotina é tudo
A leitura deve ser introduzida de forma natural no dia a dia das crianças, não deve ser algo imposto. Para isso, leve em consideração o tempo de atenção que o pequeno dedica à este hábito e respeite o limite. Observe quais assuntos chamam mais a atenção, permita que a criança leia com você ou para você, faça perguntas sobre o enredo e estimule conversas em torno da história lida.
Faça do momento de leitura algo que marque como prazeroso para os pequenos.
Idade x livros
Durante o desenvolvimento infantil, além da idade, existem outros fatores que influenciam no estágio de leitura da criança: seu amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual e seu conhecimento sobre os mecanismos de leitura.
A faixa etária ainda é o principal filtro para selecionar os livros mais adequados, mas cada criança se desenvolve de uma maneira. Adaptações de conteúdo podem ser feitas para que leiam o que for mais apropriado. Veja:
/// De dez meses a dois anos: as histórias devem ser rápidas e curtas, com gravuras simples e atrativas. Há livros feitos de pano, plástico e que vêm com fantoches, ideais para despertar a curiosidade.
/// De dois a três anos: com histórias rápidas, texto simples e poucos personagens. É importante ainda que o enredo possa ser contextualizado com a rotina da criança. Há livros com fantoches, musicais e de histórias.
/// De três a seis anos: devem conter histórias que proponham vivências que se consolidam nos ambientes familiar e escolar e apresentar várias imagens. Livros de dobradura e o uso de fantasias pelo contador da história.
A leitura na educação infantil é imprescindível para a formação de bons leitores e de cidadãos mais conscientes e críticos. Por isso, o incentivo dos pais e da escola é fundamental.
Fonte: leiturinha.com
Pérola
– Mãe, pega a água pra mim beber?
– É para “eu” beber.
– Pega para nós dois, então.
Miguel, sete anos