Coluna da Maga
Magali Moraes: frio e sopa
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Taí uma dupla que combina muito, hein? Um prato fumegante de sopa é delícia que alimenta a alma, além do estômago. Esquenta até o pé frio. Sopa na mesa é a gente ter certeza absoluta de ser inverno, coisa difícil hoje em dia, com tanta variação de temperatura. Mas nem todo mundo vai concordar comigo. Inclusive existe um meme na internet dizendo que sopa não é janta. Que é expectativa frustrada e pegadinha da cozinheira. Me corta o coração ver que fazem piada com essa riqueza de alimento.
Sopa é apenas uma entradinha? Pode ser, se você quiser. É refeição completa? Claro que sim, bora caprichar nos acompanhamentos. Sopão de legumes é desespero de quem vive em dieta? Pensa por outro lado: é se alimentar bem, apesar das restrições pra perder uns quilinhos. Sopa é remédio? Peraí. Isso é bullying com a canja. Ela só é lembrada por seu poder de cura. Por ser levinha e substanciosa ao mesmo tempo. Eu diria que canja é quase um carinho quando o corpo não está bem.
Pastel
Agora imagina comigo um prato de sopa de capeletti (ou agnolini) servido com pastéis de queijo. Bah, que espetáculo! Ou então pensa numa sopa de ervilha com pãezinhos torrados por cima. Sopa de feijão branco eu não tomo há séculos, preciso dar um jeito nisso. E tem mais gostosuras nesse cardápio. Caldo verde. Creme de mandioquinha com temperinho verde. Minestrone. Sopa no pão italiano. Creme de abóbora. Caldo de legumes com macarrão. Creme de palmito. Sopa de cebola. Hummm.
Tem algo errado aí. Falam mal das sopas e caldos, mas a gente dá uma pesquisada rápida e encontra uma infinidade de receitas. Das mais simples às super elaboradas. A única explicação possível: sopa é comfort-food, aquele tipo de comida que reconforta, traz lembranças boas e nos faz sentir bem. Sopa de mãe e vó, sabe assim? Mesa farta, calor humano. Chuva também harmoniza com sopa quentinha. Nesse fíndi, por aqui a previsão é de frio e chuva. Aproveita pra matar a saudade de sopa.