Transporte público
Protesto de rodoviários complica o trânsito na área central de Porto Alegre
Manifestação é contra o projeto de privatização da Carris, proposto pela prefeitura
A manhã desta quinta-feira (12) é de protestos de trabalhadores do transporte coletivo nas ruas da área central de Porto Alegre. A manifestação é contra o projeto de desestatização da Carris, proposto pela prefeitura e que pode levar à privatização da empresa.
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários alega que a proposta coloca em risco o emprego de mais de 2 mil pessoas. Por isso, os funcionários optaram pela manifestação:
— Não temos como ir para a frente de uma fábrica, temos que ir onde o trabalhador está, e é ali que vamos manifestar nossa indignação contra esse projeto, que tem muitas pontas soltas. Está para vir o desemprego do cobrador e dos trabalhadores — afirma o presidente do sindicato, Sandro Abbade.
Os rodoviários se dividiram em três grupos, seguindo por vias que levam à região central: João Pessoa, Osvaldo Aranha e Farrapos. Depois, eles se reuniram no Túnel da Conceição, no sentido bairro-Centro, para seguir até a prefeitura.
Por volta das 8h, os rodoviários caminhavam em frente aos ônibus, dentro dos corredores, forçando os coletivos a diminuírem a velocidade. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Brigada Militar acompanham o ato.
Há lentidão em diversas ruas da região, como Osvaldo Aranha e João Pesoa.
Impactos na Zona Norte
Desde as 7h45min, um dos grupos ocupou o corredor de ônibus da Avenida Farrapos, na zona norte da Capital, fazendo com que os coletivos circulassem com lentidão atrás dos manifestantes. Às 8h, havia 15 sindicalistas na passeata e uma fila com dezenas de veículos.
Alguns ônibus desviavam para a faixa dos automóveis de passeio, o que afetou também o fluxo para carros. Parte dos passageiros desistiu da viagem.
— Tenho uma consulta agora no hospital, como vou chegar lá? Eles têm o direito de protesto, mas como fica o meu direito? — reclamou Valdelina Cardoso, 60 anos.
Depois de uma hora de protesto, as calçadas ficaram tomadas por pessoas que desceram dos ônibus e seguiam a pé ao Centro. Às 8h40min, um coletivo tentou furar o bloqueio e houve troca de ofensas.
— Preciso trabalhar também — gritou uma passageira pela janela.