Coluna da Maga
Magali Moraes: banheiro, o santuário
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Sei lá, talvez você também pense assim. O banheiro é a peça menos valorizada da casa. Logo ele, que desempenha um grande papel nas nossas vidas (e não é o papel higiênico, tá?). Todo mundo só quer falar da vista bonita da sacada e da luz que entra na sala. Do tamanho da cozinha e dos quartos. Do pátio e da grama verde do vizinho. Cadê o nosso reconhecimento para o amigo banheiro? Peguei pra mim essa importante missão. Se tem um lugar que representa bem o cotidiano, é esse.
O banheiro é como um conselheiro. Sem dizer uma palavra, ele nos faz pensar. Joga um espelho na nossa frente e nos mostra quem realmente somos. Sem filtros, sem enganação. O banheiro é um santuário quando precisamos de uns minutinhos de paz e tranquilidade. Chaveou a porta? O mundo que espere. É com ele que dividimos nossos momentos mais íntimos. O banheiro não conta pra ninguém se a gente chora durante o banho. E não julga quando desafinamos cantando embaixo do chuveiro.
Leitura
Coloque plantinhas, livros e revistas. Pronto! O banheiro virou a sua sala particular de leitura. Ou sala de estar bem consigo mesma, naqueles momentos de cuidados e creminhos. Vem pro refúgio. E tomara que no seu banheiro tenha uma tomada extra pra carregar o celular enquanto você assiste a vídeos e resolve com calma as questões fisiológicas. Banheiro é autoestima e autoconhecimento. É brincar de se transformar com a make, é se aceitar, brigar e fazer as pazes com o cabelo.
Lembrei agora do banheiro que tinha na casa onde morei dos 10 aos 20 e poucos anos. Construção antiga, do tempo que se chamava banheiro de quarto de banho. Ele era mesmo do tamanho de um quarto. Tinha banheira e um janelão que iluminava a alma. Adoro visitar o banheiro da casa dos outros e de restaurantes. A expectativa aumenta nos banheiros de hotel: vai ter espaço, banho bom, miniaturas de xampu e sabonete? Banheiro é lugar sagrado. Aproveite bem o seu.