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Há três meses

Pacientes com problemas renais relatam falta de medicamento em farmácias do SUS em Porto Alegre

Escassez do remédio coloca em risco o tratamento

29/09/2021 - 10h55min

Atualizada em: 29/09/2021 - 10h55min


Larissa Fraga
Adilson Soares / Arquivo Pessoal
Fármaco injetável é utilizado no combate à anemia

Pacientes com insuficiência renal enfrentam falta do medicamento de distribuição gratuita, sacarato de hidróxido férrico. O fármaco injetável é utilizado no combate à anemia, fazendo a reposição de ferro em quem necessita de hemodiálise. 

Adilson Soares conta que há três meses procura a farmácia do Sistema Único de Saúde (SUS), localizada no centro de Porto Alegre, e não encontra o medicamento. O seu pai, de 78 anos, tem a doença há 10 anos e faz hemodiálise, enquanto aguarda na fila para o transplante de rim. 

 — Esse medicamento é caro, como o Estado não está fornecendo, precisamos comprar, mas muitos pacientes não têm condições —  afirma Soares. 

 A manicure Kelly Silva, de 40 anos, faz hemodiálise há quatro anos e está há 45 dias sem usar o medicamento. 

 — Dependo do remédio disponível pelo governo. Às vezes, conto com ajuda de alguns amigos, mas, no momento, estou sem usar o medicamento, o que compromete o meu tratamento —  declara. 

Conforme o chefe do serviço de nefrologia do Hospital São Lucas da PUCRS, Carlos Eduardo Poli de Figueiredo, a falta desse medicamento faz com que o paciente tenha anemia, fique menos ativo e pode piorar quadros de insuficiência cardíaca, reduzindo a qualidade de vida do paciente. 

 — O que pode acontecer com a falta de ferro é a anemia, que pode aumentar a mortalidade desses pacientes — enfatiza.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que o medicamento está em falta porque foram realizadas três tentativas de compra e não houve empresas interessadas na venda. O Estado segue tentando fazer a aquisição. Não há previsão de quando o medicamento estará disponível. 

Confira a íntegra da nota da Secretaria Estadual da Saúde

“Sobre o  sacarato de hidróxido de ferro, informa-se que há locais de desabastecimento por falta de empresa que oferte o produto ao Estado. Desde a última aquisição pela Secretaria da Saúde, foram realizadas três tentativas de compra, restando o processo fracassado ou deserto. Atualmente há nova tentativa de aquisição do medicamento.

Outros Estados também relataram dificuldades de compra desse medicamento, em reunião realizada com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, órgão que representa as secretarias estaduais de Saúde. Como encaminhamento o  assunto será discutido também com o Ministério da Saúde, visto que pode se tratar de um problema nacional.”


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