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Pandemia

Sociedade Brasileira de Infectologia reage a declaração de Bolsonaro ligando vacina contra covid-19 e aids

Presidente disse que quem tomou duas doses do imunizante está desenvolvendo a doença

24/10/2021 - 12h51min

Atualizada em: 24/10/2021 - 12h52min


GZH
Alan Santos / Presidência da República/Divulgação

O Comitê de HIV/aids da Sociedade Brasileira de Infectologia também reagiu às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre relação da vacina contra a covid-19 e síndrome da imunodeficiência adquirida.

Em sua live de quinta-feira (21), Bolsonaro disse que pessoas que tomaram duas doses do imunizante contra o coronavírus no Reino Unido estão desenvolvendo aids.

Em nota emitida no sábado (23), o comitê ressaltou não conhecer nenhuma relação entre a vacina e o desenvolvimento da doença. Também destacou a importância de as pessoas que vivem com HIV/aids fazerem o ciclo completo da vacinação. Por fim, o comitê registrou repudiar notícias falsas que façam menção a "esta associação inexistente".

Em sua live, Bolsonaro pegou uma espécie de jornal em que estaria registrada a notícia e leu: "Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados (15 dias após a segunda dose) estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto". 

A fake news que relaciona vacinas com o desenvolvimento da doença já era conhecida a ponto de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter reforçado a importância de portadores de HIV serem imunizados contra a covid-19. 

A propagação da mentira no momento em que o Brasil atinge mais da metade de sua população com a vacinação completa gerou revolta e críticas entre cientistas e políticos nas redes sociais.

Na quarta-feira (20), o relator Renan Calheiros (MDB-AL) incluiu, no relatório final da comissão, a disseminação de notícias falsas e desinformação sobre a pandemia no país entre os fatores responsáveis pelos óbitos decorrentes da covid-19. 

Segundo o senador, as fake news resultaram em mortes que poderiam ter sido evitadas, uma vez que teriam gerado "uma exposição perigosa e desnecessária ao novo coronavírus" e, consequentemente, contribuído "para a perda de vidas adicionais" durante a crise sanitária.

Confira a íntegra da nota da entidade

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Comitê de HIV/aids da Sociedade Brasileira de Infectologia vem a público esclarecer que:

  1. Não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a COVID-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida;
  2. Pessoas que vivem com HIV/aids devem ser completamente vacinados para COVID-19. Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias.
  3. Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente.

São Paulo, 23 de outubro de 2021.

COMITÊ CIENTÍFICO DE HIV/AIDS DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA


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