Coluna da Maga
Magali Moraes e a lei da vida
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
É sexta-feira, ninguém quer saber de profundezas. Então relaxa que o assunto é leve (mas verdadeiro e bem importante). O ser humano é complicado demais, e viver não é coisa pra amadores. Quem sou eu pra escrever sobre a lei da vida justo hoje, que acordei contando as horas pra sextar? De todas as incertezas, dúvidas e inseguranças que carregamos ao longo da nossa mortal existência, existe um setor onde a regra é clara. Tão clara que chega ser transparente, e vem com tampa.
Me refiro ao setor dos potes plásticos. Quem me lê faz tempo sabe que eu adoro esse tema tão caseirinho. Os queridos utilitários fazem parte do nosso dia a dia e são uma fonte de inspiração. Ou de profunda irritação. É que o pessoal em casa nem sempre colabora. A regra é claríssima: se o conteúdo do pote diminui, o pote precisa diminuir também. É a lei da vida deles, senão não existiriam potes de tantos tamanhos e formatos. É pra ser sob medida, entendeu a mensagem dos fabricantes?
Exato
Faz todo sentido essa organização. Potes do tamanho exato das comidas abrem mais espaço na geladeira e armários. Até valorizam o conteúdo. O Instituto Maga de Pesquisa informa que a preguiça de lavar pote é a maior causa pra deixar um único bifinho perdido em uma imensidão de plástico, sacolejando de lá pra cá. Fica com cara de sobra que ninguém quer. Mas se couber num recipiente adequado, o bife valoriza. Parece que foi cuidadosamente colocado ali pra encantar um esfomeado.
A lei da vida dos potes plásticos também vale pro resto da casa. Porta-trecos, caixas, cestinhos variados, tudo fica mais bonito quando ocupa o espaço certo. Por favor, não me diga que você guarda envelopes onde caberia uma agência dos Correios. Em nome das sobras do próximo almoço de domingo, eu suplico: encontre os potes do tamanho certo (achar as tampas certas rende outra coluna). Só assim a harmonia vai reinar. Do maior para o menor, essa é a lei. Ou, pelo menos, o bom senso.