Entrevista à Rádio Gaúcha
"Não é o momento", afirma infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre sobre liberação de máscaras ao ar livre
Rio de Janeiro, Distrito Federal e Maranhão já não exigem mais o uso da proteção em ambientes abertos. No RS, ainda há obrigatoriedade
Alguns Estados brasileiros já começaram a flexibilizar o uso de máscaras ao ar livre, como é o caso do Rio de Janeiro, Distrito Federal e do Maranhão, que anunciou o fim dessa e de outras restrições na quarta-feira (10). Para o infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciano Goldani, a liberação da proteção, mesmo que em espaços abertos, deve ser vista com cautela.
— Temos que ter cautela, não é o momento para flexibilizar tanto sobre distanciamento e uso de máscara — afirmou Goldani ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (11).
Para o infectologista, o avanço da vacinação e a queda no número de mortes pelo vírus são fatores positivos, porém, casos de infecção ainda seguem em alta, assim, o uso de máscaras em espaços abertos deveria seguir ocorrendo.
Sobre o carnaval, que ocorre daqui a três meses, Goldani afirmou estar preocupado, já que a população ainda não está totalmente protegida contra o vírus.
— No carnaval deve-se ter cautela, é muita aglomeração. Isso me preocupa muito. Ainda mais em uma população que não atingiu 80% da imunização (com as duas doses). Precisamos ainda de restrições, como uso de máscara e distanciamento. Não sei se é o momento certo — disse.
Alertando também para os casos de países que flexibilizaram o uso de máscara em espaços abertos, como em Nova York, nos Estados Unidos, o infectologista disse que não podemos seguir os mesmos passos.
— Ainda temos alguns meses para colocar esta pandemia no retrovisor — concluiu.
No Rio Grande do Sul, ainda não há uma perspectiva oficial para que haja flexibilização do uso de máscara. Recentemente, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, defendeu publicamente a liberação em espaços abertos e já tratou do assunto com o governador Eduardo Leite. O Estado, no entanto, não fala em data.