Coluna da Maga
Magali Moraes e os fios de ovos
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Quando você ler essa coluna, finalmente estarei com a árvore de Natal montada. E, mais uma vez, terei repetido a promessa de fazer isso mais cedo ano que vem. Ah, os repetecos de dezembro! A mesma decoração que sai de dentro dos armários e deixa a casa natalina. O mesmo cardápio da ceia. O mesmo corre nas lojas. A mesma sensação de que não vai dar tempo de fazer tudo (sempre dá). A mesma vontade que o ano termine logo. 2021 não foi fácil, não sei quem concorda comigo.
Mas aí lembro que eu e minha família estamos bem e com saúde. Que tive a oportunidade de recomeçar e buscar mais qualidade de vida. Que as situações ruins nos fortalecem. Também lembro dos fios de ovos, e volto a sorrir. Se eu fosse eleger um símbolo do final de ano, seria esse doce divino. O repeteco mais gostoso de dezembro. Ano passado, eu queria ter feito uma coluna sobre o restinho de fios de ovos que sobrou na geladeira e prolongou o clima festivo. Então vai ser agora.
Sabor
É como o panetone, dá pra comer em qualquer mês. Nada impede. Só que em dezembro parece que os fios de ovos ganham outro sabor. Deve ser por causa da combinação com cereja, abacaxi, peru, arroz à grega, farofa. Ou do nosso estado de espírito: alívio pelo que passou, expectativa no que está por vir. Com perdas e ganhos, sobrevivemos. A doçura dos fios de ovos manda uma mensagem pro cérebro. "Te acalma!" Sente o poder relaxante do açúcar, todo dezembro é um ciclo que encerra.
Tomara que exista a versão diet, pra quem não pode comer o outro. Se você não gosta, apenas releia substituindo os fios de ovos pelo sabor de sua preferência. Delícia são as luzinhas nas fachadas? Montar a árvore de Natal? Abrir os presentes? Os brindes e reencontros? Dezembro passa rápido, a gente pisca e terminou. Coloque na sua listinha um momento de pausa. E outro pra agradecer (você sabe o quê). Meus fios de ovos serão devidamente saboreados. A certeza de que é dezembro, e cheguei lá.