Coluna da Maga
Magali Moraes: na capa da gaita
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Quando até os eletros da casa entregam os pontos, é sinal de que estamos todos na capa da gaita. Uma expressão gaúcha que qualquer brasileiro se identifica. É final de ano. Humanos e máquinas bugando, sabe assim? Haja garantia estendida. Que as nossas baterias recarreguem rápido. Primeiro foi o liquidificador. Não forcei ele a nada diferente do esperado: bater farinha com ovos, essas coisas. Desconfio que tenham sido alguns cubos de gelo. Poderia ajudar a esfriar a cabeça, mas pifou geral.
Depois foi a lava-roupas. Do nada, ela se recusou a ligar e mandou uma mensagem enigmática no visor. Tracinhos piscando e CL, que nem o manual entendeu. Bateu o pânico, imaginei o pior. Ela sendo levada pra oficina, férias forçadas, vários dias de roupa suja acumulando e uma fortuna pra arrumar. Só que nesse dia, a sorte acordou aqui em casa. O técnico veio, apertou três botões e a lava-roupas voltou a funcionar. Nem cobrou a visita, acredita? Ele entende que tudo pode sair do prumo.
Sobrecarregada
A máquina tinha desprogramado. Bugou ou surtou? Estaria se sentindo sobrecarregada? Estressada com nossos lençóis e toalhas? O peso do final do ano, aposto. O que foi a gota d’água? Uma cueca a mais? O importante é que ela voltou do apagão. Quantos de nós adoraríamos que alguém apertasse três botões, zerasse os problemas e nos trouxesse de volta? Um respiro, uma sobrevida. Tô observando os outros eletros. Vá que a panela de pressão não aguente mais ou o fogão perca o gás.
Nem contei que até o computador novo estragou e já voltou são e salvo. Agora esquece as máquinas. Contrariando todas as expectativas, o meu final de ano tá tranquilo. Não lembro a última vez que isso aconteceu, talvez eu tivesse uns 10 anos de idade. Meses atrás, era eu queimando os miolos e sem assistência. Se os seus eletros (nunca é um só) resolverem pifar, é a época. Cuide deles e principalmente de você. Humanos também precisam de manutenção. E muita.