Não sou a favor desse negócio de fazer as pazes no Natal. A galera fica se bicando o ano todo e vem meter essa de espírito natalino em dezembro? Se tiver que perdoar ou pedir perdão, que faça por uma mudança real no seu íntimo, sem precisar colocar a causa em uma data. Essa mudança vai ser mais legítima e sólida para que a nova fase da amizade ou relacionamento seja duradoura. 

Não questiono a beleza que invade nossos corações nessa época, nem a legitimidade desse sentimento, mas quando usamos isso para justificar algo que nosso coração já deveria ter entendido, tentamos pegar atalho para evolução emocional. Por outro lado, podemos também dar passos atrás em relacionamentos tóxicos em nome desse “espírito natalino”, e com isso trazemos para nossa vida pessoas que, no fim, devem ficar fora mesmo. 

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A moral é ter controle da situação e das emoções nessa época do ano. Se for inevitável estar perto de pessoas que não estamos de boas, que façamos um aceno com a cabeça quando encontrarmos e era isso. A decisão a que nosso espírito de natal deve nos conduzir é não guardar rancor, manter o respeito alheio e o próprio. Fora isso, é o que diz o ditado: “Ado ado ado, cada um no seu quadrado”. 

Se o clima de distância for com irmãos, por exemplo, o que machuca o coração das mães, finja que está tudo bem. Não vale a pena machucar o coração da véinha por causa disso, mas já avisa a pinta que é pra acalmar o coração dela, que não venha depois de papinho torto. Natal é época de amor e cuidado, inclusive amor-próprio e autocuidado. Muita calma nessa hora.