Vai virar
Final de semana deve ser quente, mas sem recordes de calor e com direito a chuva
Chegada de uma frente fria depois do calorão deve diminuir bastante as temperaturas na metade da próxima semana
A onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul é forte e deixa os gaúchos esbaforidos, mas não deve bater recordes neste final de semana. Cidades mais quentes da Fronteira Oeste já tiveram seu calorão fora de série, o que não deve se repetir nos próximos dias, quando o tempo muda graças a uma frente fria.
São os municípios fronteiriços que mais sofrem com o abafamento, porque estão próximos de onde se concentra a onda de calor, que é na Argentina. Ali, sim, os dias são infernais, segundo a meteorologista Carine Gama, da Climatempo.
- Córdoba, por exemplo, chegou a 42,5°C. No Brasil, a área que mais sente é a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Já no leste do Estado, como Porto Alegre, a Serra, as praias, vai fazer calor, mas não deve ser recorde - diz.
Foi na quinta-feira (13) que Quaraí registrou 41,5°C, a maior máxima desde 2007, quando uma estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) passou a acompanhar a temperatura no município. Uruguaiana, a 120 quilômetros dali, viveu seu dia mais quente na quarta (12), quando chegou a 41,1°C, também a maior temperatura desde 2006, a partir da instalação de uma estação. Nesta sexta-feira (14) e ao longo do final de semana, as marcas em ambas as cidades não devem passar dos 41°C.
Já Porto Alegre atingiu a maior temperatura deste verão logo após a virada do ano, no dia 2 de janeiro, quando o termômetro chegou a 37°C. A previsão para esta sexta-feira é de alcançar os mesmos 37°C. No entanto, pode subir para 38°C no sábado (15) ou no domingo (16). O recorde histórico da Capital foi em fevereiro de 2014, quando o termômetro pulou para 40,6°C.
Tempo vira e vem a chuva
O alívio do calorão começa a partir de domingo, com o avanço de uma frente fria. Na parte mais ao sul da Fronteira, como em Bagé e na própria Quaraí, haverá risco de temporal, com queda de granizo e rajadas de vento de até 80 km/h. Isso por causa do choque com uma massa de ar seco de altas temperaturas.
- Quando tem esse contraste de temperaturas, a chance de temporal se intensifica - explica Gama.
A partir de segunda-feira (17), a frente fria ganha maiores proporções, espalhando chuva por todo o Estado. É na metade da próxima semana que os gaúchos vão voltar a falar do tempo, dessa vez comemorando, porque a temperatura vai despencar.
- A quinta-feira do dia 20 deve ser fria no Rio Grande do Sul, com tempo nublado. Em Porto Alegre, a mínima será de 22°C e a máxima, de 27°C. Em Bagé, a mínima será 19°C e a máxima, de 26°C - cita a meteorologista.
O otimismo é menor quando se trata da chuva, aguardada para amenizar a estiagem que castiga as lavouras. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o meteorologista Marcelo Schneider, coordenador do 7° Distrito de Meteorologia do Inmet, em São Paulo, disse que a água que cai nos próximos dias é só para refrescar, sem reverter a situação.
- Vai ter um alívio, mas é uma chuva que não resolve. A médio e a longo prazo, a notícia não é boa. Principalmente para fevereiro, quando o tempo deve voltar a ficar mais seco no Rio Grande do Sul.