Papo Reto
Manoel Soares: "As réguas da vida"
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
É de extrema importância tomar a decisão de com que régua vamos medir a vida. Se a vida for medida com a régua da força, deixaremos de aprender as lições importantes que a vida nos traz. Se medirmos o mundo com a régua do medo, naturalmente fugiremos de todas as conquistas, porque não existe conquista sem risco. Se medirmos o mundo com a régua da beleza, entraremos num universo de loucura permanente. A beleza sempre foi mutante. O que é belo hoje, amanhã é feio. O que é bom para uns olhos, é feio para outros.
Já a régua da tristeza faz com que o sorriso de uma criança torne-se algo insignificante. Que o pôr-do-sol não tenha a capacidade de trazer a energia necessária para apreciarmos a noite. A régua da alegria nos obrigada a perseguir incansavelmente o vento. Por mais que seja nosso desejo, a alegria precisa ser passageira. Na ausência da alegria compreendemos sua presença.
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Existem milhares de réguas com as quais que medimos nossa vida. E essas réguas precisam ser usadas de maneiras simultâneas para que possamos entender a complexidade do nosso ser. Quando aprendemos a utilizar essas réguas conseguimos regular nossa vida em alto astral. Calculando o tom de cada relação e assim agir de acordo com que as necessidades exigem. Não é justo tratarmos a nossa mãe da mesma forma que tratamos o nosso filho. Não é justo tratarmos quem amamos da mesma maneira que tratamos as pessoas que nem sequer notam as nossa existência.
Eu sei que muitos de vocês que estão lendo esse texto agora podem achar que é algo simples e natural no nosso dia a dia. Mas quando trocamos as réguas no processo de construção do nosso futuro, as paredes que sustentam nossas conquistas ficam tortas e no futuro tudo podem desabar. Então, recomendo que escolham bem as suas réguas.