De seis a 17 anos
Ministério da Saúde vai liberar uso da CoronaVac em crianças e adolescentes e prevê distribuição de 6 milhões de doses em estoque
Em entrevista exclusiva à Rádio Gaúcha, secretário-executivo da pasta afirmou que vacinação com o imunizante do Butantan vai começar o “mais breve possível”; anúncio pode acontecer até o início da semana que vem
O Ministério da Saúde irá incorporar a faixa etária de seis a 17 anos na vacinação contra a covid-19 com a CoronaVac, imunizante produzido no Brasil pelo Instituto Butantan, após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, a pasta já prepara a distribuição de cerca de seis milhões de doses que estão guardadas no depósito do MS, em Guarulhos (SP), para Estados e Distrito Federal, justamente para aplicação em crianças e adolescentes.
A informação foi confirmada pelo secretário-executivo Rodrigo Cruz em entrevista exclusiva à Rádio Gaúcha.
– O ministério se posiciona sobre esse tema e a expectativa é de que a gente comece a vacinação das crianças com esse imunizante o mais breve possível – disse Cruz.
Neste momento, a pasta faz um levantamento para saber quantas doses da CoronaVac há em estoque nas redes estaduais e municipais. O Rio Grande do Sul tem, por exemplo, 83,3 mil vacinas do Butantan guardadas. Já Porto Alegre tem 28 mil.
– Os próprios governos estaduais também têm a vacina, e os municípios também. O ministério, então, provoca esses Estados e municípios para que informe a quantidade que possuem para que a gente, a partir daí, estabeleça uma estratégia de distribuição da CoronaVac – completou o secretário-executivo do Ministério da Saúde.
O anúncio da liberação do imunizante para pessoas acima dos seis anos poderá ser feito pelo Ministério da Saúde ainda nesta sexta-feira (21), ou até o início da semana que vem. Antes mesmo da divulgação da orientação nacional, porém, o governo de São Paulo decidiu já iniciar a imunização desse público com a vacina do Butantan, já que possuía doses em estoque no instituto.
Para a CoronaVac, a única restrição imposta pela Anvisa é para crianças e adolescentes que possuam algum problema de imunidade. Esse público, assim como crianças de cinco anos com ou sem comorbidades, deverá receber a dose pediátrica da Pfizer.
A vacina do Butantan para a faixa etária de seis a 17 anos é a mesma já aplicada em adultos, com o mesmo intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose.
Doses pediátricas da Pfizer
Durante a entrevista, Rodrigo Cruz também atualizou o cronograma da entrega de doses da Pfizer que estão sendo aplicadas em crianças de cinco a 11 anos no país.
De acordo com o secretário-executivo, chegará ao Brasil, na próxima segunda-feira (24), mais um lote com 1,8 milhão de vacinas pediátricas da farmacêutica, fechando as entregas de janeiro com um total de 4,3 milhões de doses.
Para fevereiro, a expectativa é de que o governo federal receba cerca de 7,3 milhões de doses da Pfizer – a primeira entrega do próximo mês está prevista para o dia 3, com 1,8 milhão de doses pediátricas. Até o momento, o Ministério da Saúde encomendou junto à farmacêutica 20 milhões de vacinas para crianças de cinco a 11 anos, que serão enviadas ao país até março.
O secretário-executivo também comentou sobre o avanço da variante Ômicron e quais são as ações do Ministério da Saúde para conter o aumento no número de casos de covid-19. Falou ainda sobre a solicitação de implantação do autoteste para a doença no Brasil, em análise na Anvisa, entre outros assuntos relacionados à pandemia.
A entrevista completa você confere no próximo domingo (23) no programa Faixa Especial da Rádio Gaúcha a partir das 20h.