Os primeiros da fila
Saiba quais são as comorbidades consideradas para prioridade na vacinação de crianças contra a covid-19
Imunização para o grupo entre cinco e 11 anos começa em 19 de janeiro no Rio Grande do Sul
As primeiras crianças entre cinco e 11 anos a serem vacinadas contra o coronavírus no Rio Grande do Sul, a partir da próxima quarta-feira (19), serão 96.427 meninos e meninas com comorbidades. O cronograma priorizando este grupo foi definido pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que reúne a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e secretários de saúde do Interior, e segue o padrão adotado desde o início da campanha de imunização contra a covid-19.
De acordo com a SES, entre as principais comorbidades consideradas para prioridade na vacinação das crianças, estão:
- Asma
- Pneumopatias
- Doenças neurológicas
- Obesidade
- Imunodeficiência
- Doenças cardiovasculares
- Neoplasias
- Doenças hematológicas
- Diabetes mellitus
- Síndrome de Down
- Doenças renais crônicas
- Doenças hepáticas
Para este primeiro grupo, não será necessário escalonamento por idade, informa a pasta. No entanto, as crianças com comorbidades deverão apresentar atestado médico. Pais ou responsáveis devem acompanhar a aplicação de doses e, caso não seja possível, será preciso apresentar uma autorização por escrito — cujo modelo será definido por cada município.
Em Porto Alegre, as orientações para a autorização serão divulgadas na próxima segunda-feira (17), junto com a documentação necessária para comprovação de comorbidades, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Fabrizio Motta, supervisor médico do Controle de Infecção e Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, afirma que as comorbidades são situações clínicas que podem fazer com que os pacientes desenvolvam quadros mais graves de covid-19, em comparação às pessoas que não têm nenhum problema de saúde prévio. Assim, crianças com obesidade ou doenças cardiovasculares, por exemplo, precisam ter prioridade na vacinação, porque correm um risco maior.
Em relação à imunodeficiência, o especialista explica que engloba pacientes que têm problema na imunidade, como crianças com câncer, HIV ou uma condição congênita, que corresponde a defeitos genéticos na função imune:
— Essas são as crianças com problemas na imunidade, que respondem mal às situações de infecção. Então, priorizar inicialmente esses pacientes é importante pelo risco maior que eles têm de desenvolver uma doença grave.
Cronograma da SES
Outras 862.747 crianças sem comorbidades compõem o próximo grupo a ser vacinado no Rio Grande do Sul. Pelo cronograma da SES, a imunização deste grupo, por ordem decrescente de idade, também poderá começar em janeiro, com a aplicação da primeira dose em quem tem 11 anos.
Em fevereiro, deverá iniciar a vacinação de meninos e meninas entre 10 e nove anos e, em março, será a vez daquelas com oito anos. Para as outras idades, a Secretaria da Saúde aguarda a previsão de remessas de imunizantes pelo Ministério da Saúde. Crianças indígenas (3.911), quilombolas (1.188) e que moram com pessoas que possuem alto risco para a covid-19 serão vacinadas conforme orientação futura do órgão federal, segundo a pasta.