Tem gente que cozinha por prazer, gosta de inventar pratos, faz milagres com o que encontra na geladeira e sua disposição pra picar cebolas surge a qualquer a hora da noite ou dia. Pra eles, cozinhar é uma forma de relaxar. Por outro lado, tem a turma que cozinha totalmente por obrigação, pra não morrer (ou matar) de fome. São os que sofrem só de pensar o que vão preparar, chegam perto do fogão na força do ódio, não sabem ligar o forno e não se entendem nem com a air fryer.

Nos dois casos, alguma comida será feita. Se o tempero vai agradar, não importa. O assunto aqui é a louça que sobra dessa função. Cozinhar (com vontade ou não) suja louça igual. Eu perco o apetite ao ver pia lotada de panelas, talheres e apetrechos. O que adianta fazer uma receitinha rápida de liquidificador se depois o coitado passa séculos esperando detergente e esponja? Sem falar nos restos mortais dos ingredientes utilizados, que continuam na pia e arredores. 

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Confusão

Diz que é TOC, eu aceito numa boa. Tenho pavor de furacão na cozinha, tudo revirado. Acumular louça suja é contra os meus princípios. Faço parte com orgulho do time que cozinha e lava ao mesmo tempo. E olha que tenho cozinhado bastante ultimamente. Não é tão difícil assim. Enquanto mexe aqui, limpa ali. Picou, lavou. Coisa linda panela no fogo e louça no secador. Parece que acentua o sabor dos alimentos. Abre logo a torneira, deixa a água cair, manda ver na esponja.

Tive uma ideia: o modo de preparo da receita trazer o passo a passo da limpeza. “Adicione o leite, o fermento em pó, misture delicadamente e depois já lave a espátula”. Pra cada um fio de azeite, eu sugiro um fio de água escorrendo nos pratos usados. “Mantenha a panela em fogo baixo, e bora limpar o que caiu no chão”. Já imaginou incluir na lista de ingredientes, abaixo do “sal e pimenta a gosto”, 1 esponja e 1 detergente? Se dá pra aprender a cozinhar, dá pra aprender a lavar.