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Combate ao preconceito

Secretaria de Educação do RS lança programa de combate ao racismo para a rede estadual de ensino

Professores e funcionários passarão por formações voltadas para as temáticas raciais, para pôr em prática nas escolas

17/03/2022 - 11h02min

Atualizada em: 17/03/2022 - 11h12min


GZH
Itamar Aguiar / PALÁCIO PIRATINI

 O governo do Rio Grande do Sul lançou nesta quarta-feira (16) um programa para combater o racismo na rede estadual de ensino.  O projeto Educação Antirracista tem o objetivo de promover uma formação racial, através de workshops para professores e funcionários ligados a rede de ensino.

O curso pretende abordar o que é o racismo estrutural, de que forma ele atua na vida das pessoas e como evitar práticas racistas nas escolas. As palestras tiveram início em janeiro com a participação de líderes da secretaria estadual, coordenadores regionais de educação e também foram selecionados alguns diretores e professores de escolas que já abordavam essa temática em sala de aula. A próxima etapa do programa é ampliar a formação para todos os professores.

A formação foi guiada pela Mahin Consultoria Antirracista, uma organização focada na formação de lideranças do setor público e do privado para atuarem no combate ao racismo.

— É uma trilha em que as pessoas começam conhecendo o racismo estrutural a partir de um olhar macro e depois passam para uma reflexão individual, para entender como cada uma delas está inserida nesse debate. Depois, passa para a ação, para pensar o que pode ser feito para o futuro — detalha o cofundador da organização, Giovani Rocha.

O evento contou com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite, e da secretária de educação, Raquel Teixeira. De acordo com a secretária, o programa vai ampliar a análise que já é feita no itinerário de educação para as relações étnico-raciais (ERER) e deve chegar a todas as escolas até novembro deste ano.

— É muito diferente de uma ação pontual, uma formação com professores de ERER porque é importante estudar literatura africana e afro-brasileira, mas não é suficiente — explica Raquel.

Diversos ativistas do Movimento Negro também estiveram presentes na cerimônia, que foi realizada no Memorial do Rio Grande do Sul, onde está sendo exposta a mostra “Palmares não é só um, são milhares: 50 anos do 20 de novembro”. Entre eles, estava a filha do poeta, professor e ativista do Movimento Negro Oliveira Silveira, Naiara Silveira.

—  Meu pai foi professor da rede estadual e estaria muito orgulhoso com este projeto. O 20 de novembro nasceu em Porto Alegre, aqui se formaram vários grupos com o intuito de combater o racismo, mas nada melhor que esse combate vir da educação — disse ela.


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