Notícias



Coluna da Maga

Magali Moraes: sem dor

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

11/04/2022 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Dizem que água salgada cura tudo: a do mar, suor e lágrimas. É só mais uma frase de efeito ou tem fundamento? Minha vó recomendava salmoura pra 99% dos males. Não tenho dúvida que um bom banho de mar limpa as preocupações e tristezas. Já o combo endorfina, suor e serotonina bota pra correr a ansiedade, doença do século. Da mesma forma, chorar alivia todas as dores da alma. Bem melhor do que guardar dentro da gente aquilo que corrói. Já chorar de tanto rir é um baita remédio.

E as dores crônicas, como faz? Testa a farmácia inteira e a paciência do doutor? Aguenta firme e se acostuma? Coisa triste ter que aprender a conviver com a dor. De cabeça, da coluna, joelho, pé, ombro (inclua aqui a sua). Enquanto aquele ponto específico lateja, incomoda e desconcentra, a vida segue. Prazos são cobrados igual, chefes e boletos não perdoam. A dor crônica se torna uma incômoda companhia, dia e noite ali, se fazendo presente. Vira um apêndice do corpo, uma parte dolorida de nós. 

Leia outras colunas da Maga

Passageiras

Que as dores sejam passageiras e sirvam pra alguma coisa: se dar conta da ausência da dor e se sentir privilegiada. Quando a gente vai ficando mais velha, descobre que o simples fato de não sentir dor nenhuma é como ganhar um bilhete premiado. Riqueza de saúde, sabe? A melhor de todas. Poder movimentar o corpo sem estalar nada é tão bom quanto manter a cabeça em movimento. Quem tem limitações e se mantém ativo do jeito que dá é um exemplo pros reclamões ao redor. 

Até dor de cotovelo tem cura, por mais que pareça interminável. Algumas perdas causam dor imensa, e só o tempo consegue amenizar um pouco. Dores de dente chegam repentinas, mas são tratáveis e a gente volta a sorrir. Dona Vida, seja boazinha. Nos dê dores mais fáceis de lidar. Ou dê logo uma trégua, uma equilibrada no jogo. Pra cada dor que aparecer no nosso caminho, que surja um alívio e, se possível, um aprendizado. Somos frágeis. Somos mais fortes do que pensamos. 



MAIS SOBRE

Últimas Notícias