O que é simples funciona tão bem, já reparou? Enquanto uns acham bonito complicar, outros percebem a força da simplicidade. Vale pra tantas coisas na vida, mas vou me concentrar no setor de nomes. Pra que rebuscar com o excesso de consoantes? Que sofrência deve ser a alfabetização de certas crianças, a dificuldade de aprenderem a escrever seus próprios nomes. No comércio, o pessoal gosta de inventar. Como publicitária, eu sempre suei pra criar nomes diferentões e inéditos.

Originalidade chama a atenção, sei bem. Só que ir direto ao ponto pode ter o mesmo efeito. Até hoje não esqueço o nome de uma loja que li de passagem na estrada: Homem das Facas. Minha imaginação viajou longe pensando como deveria ser o tal homem e que facas o definiriam. As de cortar bife ou carnear gado? Óbvio que ele se tornou conhecido pelos produtos que vende. Então pra que complicar? "Vou no homem das facas". "Onde é o homem das facas?". Ele preferiu suspense e anonimato.

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Saboroso

Por outro lado, usar o próprio nome pode ser o grande diferencial. Tenho amigos que estão chamando a atenção de uma cidade inteira com um apelido e um saboroso atrativo: Pão do Pa. Pa é o apelido do Paulo, o padeiro maravilhoso. E tem o Gi (de Giovanni), que misturou alma ao fermento. Se você passar por Criciúma, em Santa Catarina, aposto que alguém vai comentar sobre essa padaria-bar que de óbvia não tem nada. "Quem come pão é mais feliz", eles garantem. Quer frase mais verdadeira e marcante?

Bom, se eu não acreditasse na simplicidade e força de um nome, essa coluna não se chamaria assim. Pra que tirar o foco se a nossa identidade é o que de melhor podemos oferecer? Fica aqui a minha homenagem aos pequenos empreendedores que escolhem colocar o próprio nome na fachada. Vocês sabem que não é por falta de ideias, mas sim por excesso de comprometimento. Até uma vontade (inconsciente que seja) de criar proximidade. A simplicidade dá o recado certo. O talento faz o resto.