Coluna da Maga
Magali Moraes: vai um cafezinho?
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Pra uns, tem hora certa. Pra outros, qualquer hora tá valendo. Eu entendo, e tenho as minhas manias quando o assunto é cafezinho. Vamos ver se você concorda. Ele é o arremate perfeito do almoço, mas depois da janta quase nunca cai bem. Ele é o companheiro do trabalho, ajuda a focar e distrai ao mesmo tempo. Ele é sinônimo de educação: oferecer um cafezinho é gentileza e acolhimento. Também é quebra-gelo. Por mais quente que a xícara esteja, ajuda a ocupar as mãos e puxar conversa.
Cafezinho se toma sozinho ou acompanhado. Com açúcar, adoçante ou puro, conforme o gosto do freguês. Desde que o mundo é mundo, tem alguém tentando tomar café sem adoçar, apesar das amarguras da vida. Já tentei e desisti. Açúcar mascavo e demerara, rogai por nós. Agora se a vontade é aumentar a glicose, inventam cada coisa boa. Borda da xícara lambuzada de Nutella ou doce de leite. Barrinha de chocolate derretendo no café. Biscoitinhos irresistíveis te olhando no pires.
Coador
Qual você prefere? Café passado ou de máquina? Taí um ponto que divide as opiniões. Eu alterno, conforme o dia e a pressa. Coador de pano é um clássico, o de cerâmica é sonho de consumo. Já o coador de papel sempre dobra na ponta (ou a gente é que compra o tamanho errado). Mas ele perde a utilidade depois que se experimenta um coador de inox. Sobre o preço das cápsulas pra cafeteiras, melhor nem comentar. Tá difícil de engolir, por mais que lancem novos tipos e sabores.
Outra coisa que não me desce é café gelado. Desculpe, nem me ofereça. Aqueles cubos de gelo lá dentro confundem os meus sentidos. Tem gosto pra tudo, né? Tem os que odeiam café, os que gostam mais do cheiro, os que demoram horas pra tomar, os que terminam em dois goles. Vem cá, se a gente enche a caneca até em cima ainda dá pra chamar de cafezinho no diminutivo? Essa conversa toda me deu água na boca. Água quente passando pelos grãos de café. Nem forte, nem fraco. No ponto certo.