Risco de contaminação
Porto Alegre confirma primeiro caso de raiva em morcego em 2022
O animal foi encontrado no bairro Teresópolis, próximo do local em que foi realizada outra ocorrência no ano passado.
O primeiro caso de morcego infectado com o vírus da raiva neste ano foi confirmado nesta quarta-feira (27) pela Diretoria de Vigilância em Saúde da Capital. O animal foi encontrado no bairro Teresópolis, em Porto Alegre. Conforme o órgão, um outro indivíduo infectado foi localizado na mesma região em 2021.
No ano passado, foram confirmados quatro casos de morcegos positivos para raiva entre 118 animais recolhidos. Além do Teresópolis, animais com raiva foram achados nos bairros Bom Fim, Tristeza e Santana.
Até segunda-feira (25), foram recolhidos 97 morcegos para coleta de amostras para exames, sendo que 43% das ocorrências foram registradas no sul da Capital. Conforme o médico veterinário da Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, José Carlos Sangiovanni, esses animais silvestres são comuns na capital.
— Nós temos muitos morcegos aqui na capital e eles são reservatórios do vírus rábico. Eles mantêm o vírus ativo na natureza — explica.
Os morcegos infectados com a raiva podem transmitir acidentalmente a doença à espécie humana e a outros animais quando encontrados vivos, mortos ou prostrados. O vírus só é transmitido quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele lesionada ou mucosa, por meio de mordida, arranhão ou lambedura. De acordo com o médico veterinário, a presença dos animais não deve causar pânico na população.
— Os morcegos têm muito medo dos humanos e não vão atacar. Mas as pessoas não podem, de jeito nenhum, encostar nos animais. Se abrir as janelas, possivelmente já vão sair do local — explica.
A Vigilância em Saúde indica que o morador pode capturar o animal utilizando caixas, baldes ou mantendo-o em ambiente fechado até que a equipe municipal realize o recolhimento. Entretanto, não é permitido matar o animal, que é protegido por lei. A notificação deve ser feita para a equipe de Vigilância de Antropozoonoses, pelo 156 ou pelo telefone 3289-2459, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Essa notificação também deve acontecer caso o morcego tenha contato com uma pessoa ou animal.
Vacinação para cães e gatos
A principal orientação da Secretaria de Saúde é que os tutores de cães e gatos mantenham a carteira vacinal do seu animal doméstico atualizada. A vacina contra raiva é oferecida na rede privada e deve ser feita uma vez por ano. Conforme o médico veterinário, a raiva não é erradicada em Porto Alegre e a vacina é a única segurança para os pets.
— Pode ser que os cachorros e gatos vão brincar com o morcego que está caído no chão e os tutores nem vejam. Por isso a vacina anual é tão importante — destaca.
Caso um pet tenha contato com um morcego, a orientação é procurar a equipe de Vigilância para que sejam aplicadas as doses de vacina ou o soro antirrábico. Se um humano tiver contato com esses animais, deve ser procurada a unidade de saúde mais próxima.