Direto da Redação
Michele Vaz Pradella: "O que aprendi com a pandemia"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
Quem está na internet desde que “isso tudo era mato” deve se lembrar de um texto, uma espécie de corrente, que circulava por e-mail. Intitulado “Você aprende”, foi atribuído a William Shakespeare, mas sua autoria é desconhecida, e nem o Google resolveu esse mistério até hoje. O que interessa é que me lembrei desse texto ao pensar sobre os últimos dois anos. Sim, a pandemia, aquela que muita gente finge que acabou, mas que continua por aí. A questão de um milhão de reais é: o que você aprendeu nos últimos dois anos?
Duvido que alguém tenha saído ileso desse período de confinamento, medos e aflições. Com mais tempo em casa, longe das pessoas que amamos, assistindo a notícias alarmantes nos telejornais, todos esses fatores afetaram nossas vidas e nossa saúde mental. Os brasileiros – e principalmente os gaúchos – nunca sofreram tanto com depressão, ansiedade e outros problemas desse tipo. Por isso, a primeira coisa que aprendi com a pandemia foi a não me cobrar tanto, a respeitar quando a mente dá sinais de alerta. Cansou das más notícias? Veja um filme, uma série, assista a vídeos de gatinhos...
Outra grande lição foi não fazer planos a longo prazo. Ou, pelo menos, não depositar todas as fichas nesses planos. Uma pandemia pode nos trancar em casa por tempo indeterminado, lembram? Aí, aquela viagem, a festa de aniversário tão sonhada ou as férias em família podem não acontecer. E tudo bem. O “quando der” virou minha medida de tempo para qualquer objetivo futuro.
Por fim, e aqui o mais importante: diga que ama, que alguém é importante, fundamental na sua vida. Muitas famílias não puderam dar o último adeus a seus entes queridos. Por isso, deixar para depois nem sempre é uma opção.
Lidar com as frustrações não é fácil, isso vale para uma ameaça de pandemia, guerra nuclear ou o futuro político do país. O jeito é respirar fundo e não abandonar aquela palavrinha que serve para qualquer instante da vida: ESPERANÇA.