Depois do temporal
Moradores da Região Metropolitana relatam transtornos de ficar até 40 horas sem energia
Viamão e Alvorada são as cidades mais atingidas, mas também há relatos de problemas em Porto Alegre
A tempestade subtropical Yakecan já avançou na quarta-feira (18) em direção a Santa Catarina, mas os gaúchos ainda lidam com os transtornos da falta de luz. Na Região Metropolitana, o último boletim da CEEE Equatorial apontou 4 mil clientes sem luz, principalmente em Alvorada e Viamão. Porto Alegre também tem relatos de problemas na energia.
A Rádio Gaúcha recebeu queixas de pelo menos três moradores do loteamento Timbaúva, no bairro Rubem Berta. Dona de casa, Vera Regina Estevão, 48 anos, conta que desde os ventos da manhã de terça-feira (17) há falhas no fornecimento de energia.
— Está em uma fase apenas, tudo o que for da rede 110v não funciona. Aqui em casa, se liga uma lâmpada, a outra não acende, não funciona máquina de lavar, chuveiro, micro-ondas — conta.
O problema não havia sido resolvido até o começo desta tarde. Vera relata que sua mãe, que mora ao lado, tem 90 anos e problemas respiratórios. Teme que ela precise usar o equipamento de nebulização e não tenha energia para isso.
— A gente se sente excluído. Como é uma vila, parece que a empresa tem descaso conosco — critica.
Morador da localidade de Capão da Porteira, em Viamão, o advogado Maurício Rosa, 25, passou a quarta-feira sem trabalhar por causa da falta de luz — ele atua em home office. Na manhã desta quinta (19), pelas 9h, foi com a namorada, a professora de inglês Paolla Wanglon Garcia, para uma cafeteria para conseguir trabalhar. Ali, puderam carregar os notebooks e telefones celulares.
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Ele conta que, como a casa é abastecida por poço artesiano e sem luz as bombas não funcionam, também não tinham água.
— Então a gente não consegue tomar banho, lavar roupa, lavar louça — acrescenta.
Estava preparado para ficar na cafeteria até o estabelecimento fechar, mas os vizinhos avisaram que a energia havia voltado no começo desta tarde — cerca de 40 horas depois da interrupção.
No Condomínio Cantegril, em Viamão, a energia também foi restabelecida mais ou menos no mesmo horário. Mas não amenizou a indignação do empresário Ilton José Müller, 56.
— É um descaso. Nunca a CEEE nos deixou tanto na mão — afirma.
Ele destaca, ainda, que os moradores da região já registraram solicitações de podas preventivas e revisão na rede elétrica, que poderiam evitar problemas do tipo durante temporais.
Por nota, a CEEE Grupo Equatorial destaca que “segue trabalhando em regime de prontidão, após a passagem do ciclone extratropical pela costa do Rio Grande do Sul” e que já foi restabelecida a energia elétrica para 300 mil clientes desde a passagem do fenômeno e cerca de 25 mil consumidores estão sem energia na área de concessão.
Ainda via assessoria de imprensa, a companhia destacou: "É importante ressaltar que temporais com ventos e chuvas fortes ocasionam a queda de árvores e grandes objetos sobre as estruturas da rede elétrica. Por isso, os prazos para a solução das ocorrências dependem da complexidade de cada caso. Para restabelecer o fornecimento, são necessários, em algumas ocasiões, os seguintes serviços: deslocamento e acesso de equipes às localidades com fornecimento interrompido, em alguns casos, dificultados pelas próprias ocorrências, alagamentos e dificuldade de trânsito; e ações em parceria com outros órgãos públicos (Defesa Civil, Smam, Corpo de Bombeiros, EPTC, etc.), já que alguns serviços prestados são interligados e envolvem várias atividades".
Especificamente sobre o loteamento Timbaúva, na zona norte de Porto Alegre, a CEEE informou que enviou equipe ao local par verificar a falta de fase. Em caso de situação regular de energia, ela será restabelecida totalmente, segundo a companhia.