Coluna da Maga
Magali Moraes: invernou, e agora?
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Não adianta espernear. Até 22 de setembro, estaremos no inverno. Pra quem mora no sul do país, haja saúde e paciência. É um convívio diário com temperaturas baixas, chuva e umidade. Sem falar no impacto do lençol gelado quando a gente deita na cama. E na dificuldade de levantar cedinho, abandonando nosso casulo de lençóis e cobertas. É uma estação de contrastes: temos o privilégio de uma casa quentinha e protegida, enquanto os moradores de rua sobrevivem em seus colchões de papelão.
Por mais que você goste de inverno, a instabilidade do tempo vai afetar seu humor. O que seria de nós sem um amanhecer ensolarado depois de dias chuvosos? Roupas coloridas ajudam a compensar o cinza do céu. Isso se a gente conseguir entrar nas roupas. Sabe como é, o inverno pede comidas calóricas pra dar mais energia. Nem só de bergamota e pinhão se vive. Que o fondue entre logo em promoção. E que a academia não seja totalmente esquecida. Suar espanta o frio, coragem.
Pantufas
Nos próximos três meses, mãos e pés gelados serão o novo normal. Se você trabalha de casa, viva as pantufas que não aparecem nas chamadas de vídeo. Idem a calça quentinha do pijama. As conversas de elevador seguirão animadas. No inverno, El Niño e La Niña dão muito mais pano pra manga. Já conversar na calçada depende da meteorologia. Sem coragem de sair de casa? Te entendo. Prepare a lareira, o fogão à lenha, estufa, bolsa de água quente, ar-condicionado. Esbanje calor humano.
Vamos aos fatos. Não dá pra hibernar como os ursos e acordar na primavera. Viajar pra onde é verão? Adoraria. Tá mais fácil em sonho (bora curtir as viagens dos outros nas redes sociais). Friozinho moderado é gostoso, sim. Mas isso se chama outono. Acabou, que pena. Romantizar o inverno funciona no início da estação. Daqui a um mês, ninguém aguenta mais usar casaco e guarda-chuva. A natureza decide, a gente se adapta aos novos ciclos. E fica torcendo por um veranico de surpresa.