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Papo Reto

Manoel Soares e os língua de trapo

Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados 

11/06/2022 - 05h00min


Manoel Soares / Arquivo Pessoal
Manoel Soares: "A fofoca é produto do medo"

Entender a dinâmica das ofensas é fundamental para sobreviver aos dias de hoje. Falar mal dos outros é um passatempo antigo, em alguns períodos da história humana serve como estratégia para destruir impérios e pessoas. Um país que diz que o outro tem um vírus mortal ou uma vizinha que diz que a vizinha trai o marido têm o mesmo objetivo: diminuir o outro para se sentir superior ou dar a impressão de superioridade. 

O que precisamos entender é que só quem se sente pequeno tem a necessidade de criar estratégias para parecer maior do que é. A fofoca é um produto do medo. Quem tem coragem de enfrentar as consequências da própria opinião fala pela frente, mas quem teme o alvo de suas palavras fala pelas costas. Eu penso que cada vez que alguém fala mal de mim é porque sente a necessidade de me diminuir para que se sinta superior, ou seja, falar mal de mim é uma afirmação de como você me acha melhor do que você mesmo, e sou grato por esse motivo lógico.

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Sim, falar mal de nós é a forma de nossos inimigos e desafetos dizerem que nos acham superiores a eles e que esse sentimento está destruindo ela por dentro. Não perco meu tempo tentando limpar minha reputação, isso porque minha reputação é o que as pessoas pensam de mim, e isso é problema delas. Estou focado em minha consciência. Isso me tira o sono, minha consciência é o que eu penso de mim mesmo, é algo que posso mudar e controlar. Língua não tem osso e não vou tentar curar as dores de quem quer meu mal. Se minha luz incomoda, que eles comprem óculos escuros, é mais fácil do que tentar me apagar. A raiz da língua de trapo é o ego ferido e não vou ser enfermeiro de sua alma retrucando – para isso, inventaram a psicologia clínica.


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