Direto da Redação
Lis Aline Silveira: "O pulso ainda pulsa"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano
Quem foi adolescente no final da década de 1980, ou quem é fã dos Titãs até hoje, já deve ter ouvido uma música do talentoso Arnaldo Antunes, que na época ainda integrava a banda: O Pulso.
Com a voz grave tão característica, Arnaldo recita um turbilhão de doenças, para dizer, ao final de cada estrofe, que “o pulso ainda pulsa”.
Peste bubônica, câncer, pneumonia
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticercose, caxumba, difteria
Encefalite, faringite, gripe, leucemia
O pulso ainda pulsa
Pois, de uns anos pra cá, me sinto como se vivesse dentro de O Pulso. Nem conto mais com a covid, que, no final das contas, a gente de tanto sofrer acabou se acostumando. Vamos vivendo, tirando uma máscara aqui, colocando outra acolá, passando um álcool gel na mão sempre que aparece. De vez em quando, o inverno faz a sua parte, vem uma dorzinha de garganta, um nariz escorrendo e já bate a tensão: será que é covid?
Daí, a gente nem se recupera dessa rasteira, começam a pipocar as notícias da tal da varíola dos macacos. Êta nome esquisito para uma doença. Lá vamos nós pesquisar como se pega: “a transmissão ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados”, diz o Ministério da Saúde. Ontem ainda, o número de casos confirmados foi atualizado no Brasil. São 449, sendo que 312 no Estado de São Paulo. O Rio Grande do Sul segue bem atrás, com três.
Pois bem, começo a trabalhar sabendo que preciso escrever esta coluna, mas ainda meio sem assunto... Primeiro passo, dar uma pesquisada nos sites de notícias para ver o que está em evidência.
E qual é a primeira que eu leio?
“O que é o vírus Marburg, ‘primo’ do Ebola, responsável por duas mortes em Gana”. Outro vírus? Nome esquisito? Socorro, me tira daqui!