Coluna da Maga
Magali Moraes e a mania de crimes reais
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
É fato: a vida pode ser mais inacreditável do que a ficção. Isso deve explicar essa mania (ou modinha) de séries e podcasts sobre crimes reais. Como se já não bastassem as notícias trágicas e sangrentas das páginas policiais, a gente faz o que na hora do descanso? Busca entretenimento nas desgraças dos outros. Bora bancar o detetive e reconstruir a cena do crime, sem encostar um dedo no sangue. Deixar nossas impressões digitais só mesmo na tela da TV e do celular.
Juro perante o tribunal de leitores que eu não achava a menor graça nesse tipo de coisa, mas entrei na onda. É que tem cada série boa sobre crimes reais. Alego em minha legítima defesa que eu sou curiosa. De tanto ouvir falar, fui atrás. Quando me dei conta, já estava analisando provas, me sentindo parte do júri e questionando a pena. Acho que o viciante é tentar entender o que leva certas pessoas a cometerem crimes hediondos. Quer fazer parte da defesa ou da acusação?
Febre
Especialmente podcasts sobre crimes reais são febre nos Estados Unidos. E, pelo jeito, aqui também. Já ouviu falar (e ouviu os episódios) de A Mulher Da Casa Abandonada? É um podcast do jornal Folha de São Paulo com o repórter Chico Felitti que investiga a história por trás de um crime que aconteceu no passado, e da mulher misteriosa que mora numa mansão caindo aos pedaços em um bairro nobre da capital paulista. Procura na internet e nas plataformas de podcast. A tal casa virou atração.
Mais dicas pra fãs de crimes reais: The Staircase (O caso da escada), minissérie na HBO Max sobre o julgamento de Michael Peterson, acusado de matar sua esposa numa escada (os atores lembram muito os personagens reais). Na Netflix tem o documentário que o marido mandou fazer pra se inocentar – esse ainda não vi. E na Star+, o divertido Only Murders In The Building (Somente assassinos do prédio), que estreou a segunda temporada. É ficção sobre a fixação americana em podcasts de crimes reais.