Papo Reto
Manoel Soares e o Instagram de Jesus
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
Quanto mais vejo minha carreira crescer, observo como as pessoas ficam atentas ao número de seguidores em minhas redes sociais. Hoje, são quase 400 mil pessoas que diariamente acompanham tudo que eu faço e quase 1 milhão de pessoas por dia acompanhando de forma indireta minha vida. No Encontro desta sexta-feira, falamos com 20 milhões de pessoas por dia, isso é duas vezes mais pessoas que a população de Portugal, por exemplo. Mas o que isso quer dizer na prática, quando olhamos para o que eu sou como ser humano? Nada.
O homem mais importante do mundo não teve milhões de seguidores, aliás ele teve somente 12 e um deles ainda era traidor. Se Jesus tivesse Instagram ou Facebook, seria motivo de piada hoje. Imagine se Cristo decidisse de fato voltar, ele seria tão agredido quanto da última vez que veio. Sim, porque ele viria negro, morador de quebrada e questionaria os governos. Se a voz dele ecoasse, alguém ia dar uma ordem para algum comandante da polícia pegá-lo para dar aquele corretivo básico que os questionadores costumam receber na história do mundo.
A verdade é que a tecnologia, a fama ou até mesmo a grana não mexem comigo tanto assim, porque sei que na real essas paradas não têm importância na vida. Eu, hoje, tenho uma figurinista que define quais roupas vou usar na TV, um guarda-roupas com quase mil peças, mas Cristo tinha somente duas e fez a verdadeira revolução.
Não quero dizer que nossas conquistas não têm valor, mas sempre tento me lembrar que ter respeito é diferente do que ter fama. Ter amigos é diferente do que ter fãs. Caixão não tem gaveta e que Deus não tem Instagram. A verdadeira rede social é o amor que temos uns pelos outros: o resto é mídia.