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Direto da Redação

Danton Boatini Júnior: "Combate ao feminicídio"

Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

24/08/2022 - 14h11min


Agência RBS / Agência RBS
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Poucos assuntos têm despertado tanto a atenção na área da segurança pública recentemente quanto a violência contra as mulheres. Os números são alarmantes. No primeiro semestre deste ano, 55 mulheres foram assassinadas em contexto de gênero no Rio Grande do Sul - o chamado feminicídio. Isso representa quase um assassinato a cada três dias no Estado.

A medida protetiva de urgência, que visa garantir a proteção das mulheres, é um instrumento importante, mas que nem sempre é respeitado. Heide Priebe, 63 anos, de Santa Cruz do Sul, foi assassinada a tiros quatro dias após obter medida protetiva contra o ex-companheiro, que admitiu o crime. Heide havia preenchido um questionário indicando que ele possuía uma arma. A família dela questiona por que essa arma não foi retirada dele.

Há casos que beiram o absurdo. Há poucos dias, um homem foi preso em Porto Alegre depois que a ex-companheira registrou 27 boletins de ocorrência contra ele. Eram denúncias por ameaça, injúria e descumprimento de medida protetiva.

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Em reportagem recente do DG, a juíza-corregedora Taís Culau de Barros, que está à frente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do RS (TJ-RS), ressaltou a necessidade de avanços no que se refere à educação, combatendo a “cultura machista” que muitas vezes aceita a violência contra a mulher.

Talvez não haja outra alternativa. Há iniciativas em discussão que visam aumentar a pena mínima para o crime de feminicídio. Porém, nos muitos casos em que o assassino resolve tirar a própria vida após matar a companheira, essa seria uma medida inócua. Portanto, cabe ao poder público criar mecanismos para que a mulher possa buscar ajuda antes de o crime acontecer.

Nas propostas dos candidatos às eleições, o tema ainda aparece de maneira discreta, muitas vezes sem que se explique como reduzir os índices alarmantes. Nesta sexta-feira, começa o horário eleitoral gratuito de rádio e TV. Uma boa oportunidade para ficar atento às propostas dos políticos frente ao problema.



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