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Operação Inverno

Em noite de baixas temperaturas, ginásio do Demhab acolhe população em situação de rua; ação se repete na sexta

No início da noite desta quinta-feira, 11 pessoas estavam no local

19/08/2022 - 08h38min

Atualizada em: 19/08/2022 - 08h38min


Pedro Alt
Pedro Piegas / PMPA / Divulgação
Pessoas que procuraram abrigo tiveram direito a banho, kit higiene, jantar, lanche e café da manhã.

A prefeitura de Porto Alegre, em ação coordenada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), disponibilizou 50 vagas no ginásio da Associação dos Funcionários do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) à população em situação de rua e a eventuais desabrigados. O local, que fica no bairro Santana, recebeu ao menos 11 pessoas na noite desta quinta-feira (18).

As 50 vagas de acolhimento foram disponibilizadas em apoio à rede municipal, distribuída entre albergues e pousadas, e também serão oferecidas na sexta-feira (19). Pessoas que procurarem o abrigo têm direito a banho, kit higiene, jantar, lanche e café da manhã. O serviço começou às 19h. A procura por parte da população em situação de rua foi considerada baixa por servidores.

— Temos uma busca ativa pela cidade, com um ônibus buscando as pessoas que estão na rua. As abordagens sociais e o Centro POP ocorrem durante o dia, com 300 pessoas em situação de rua frequentando esses espaços — comenta o presidente da Fasc, André Coronel.

Nesses espaços, de acordo com Coronel, há o aviso sobre as condições meteorológicas e tentativa de encaminhamento às vagas de longa permanência. De acordo com a Fasc, 191 pessoas dormiram em albergues na noite de quarta-feira (17), enquanto 350 pessoas buscaram abrigo em pousadas. 

As vagas no ginásio são destinadas a pessoas em situação de rua e eventuais desabrigados devido à previsão de declínio de temperatura por conta do avanço de uma massa de ar polar, que ainda pode piorar nesta sexta-feira (19) na Capital.

Além da coordenação da SMDS e da Fasc, a ação conta com o apoio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSurb), do Demhab, do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), do Consultório na Rua, da Defesa Civil, da Cruz Vermelha e do Gabinete da Causa Animal. 

As pessoas acolhidas contam com apoio psicossocial e médico durante o acolhimento emergencial, oferecidos por servidores, voluntários e também funcionários e estagiários da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul. 

— Essa rede de apoio é muito importante. A gente sabe que esse atendimento é temporário, então a gente não consegue fazer um trabalho de longo prazo, mas é uma situação de risco, de frio extremo — afirma Aline Missel, coordenadora do departamento de Educação e Saúde da Cruz Vermelha no Rio Grande do Sul.

Uma das pessoas que buscaram abrigo no ginásio foi Joice da Silva Rocha. Ela tem 33 anos de idade e há três está em situação de rua. 

— Na última madrugada, passei muito frio e estava muito chuvoso. É muito sofrimento, é difícil a caminhada na rua — diz Joice, que chegou ao ginásio por volta das 20h30min.

Joyce perdeu a casa, localizada no bairro Restinga, há três anos quando seu ex-marido ateou fogo na residência. Ela perdeu contato com os três filhos, que estão na casa de uma prima em Alvorada, por não ter residência fixa. Ela frequentava albergue localizado no bairro Navegantes, na Zona Norte, que foi fechado. 

A Fasc esclarece que o número de 240 vagas disponibilizadas em albergues não diminuiu com o fechamento do albergue citado. Entre essas 240 vagas, distribuídas entre três albergues, localizados nos os bairros Azenha, Vila Jardim e Floresta, também podem ser encontradas separações entre gêneros e também espaços destinados à população LGBTQA+.

Joice, que foi encaminhada para acompanhamento junto a voluntários e funcionários da Cruz Vermelha, procura emprego, mas relata a dificuldade de encontrá-lo sem ter um comprovante de residência. Pela manhã, agentes do Sistema Nacional de Emprego (Sine) estarão no local.

— Minha expectativa é deitar, não passar frio e orar a Deus — comenta Joice.

Além de buscar o acolhimento no ginásio, as pessoas podem aguardar equipes do Ação Rua solicitadas via Central de Abordagem, no 156, opção 7. O número também pode ser chamado por moradores da Capital que observarem pessoas em vulnerabilidade. O Ginásio da Associação dos Funcionários do Demhab está localizado na rua Conde d’Eu, 66.


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