Coluna da Maga
Magali Moraes: chegou o 5G
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Agosto não chegou sozinho. Em Porto Alegre, o 5G veio na carona. Até agora são pouquíssimas cidades brasileiras que ganharam essa turbinada no sinal dos celulares compatíveis com a tecnologia (e sem precisar mudar o chip). Não é sempre que a gente sai na frente de São Paulo e Rio de Janeiro. Cada operadora está liberando essa novidade pra diferentes bairros, e depois seguirá ampliando a área de cobertura. Enquanto isso, o 4G continua existindo e também se espraiando.
Pelo que entendi, vai ser um festival de antenas surgindo por aí. E como tudo isso muda a nossa vida? É o celular pisando fundo no acelerador, se achando na Fórmula 1. Teremos muito mais velocidade pra baixar dados, ver vídeos, enviar arquivos e trocar mensagens. Bom e ruim. Ficaremos ainda mais viciados (se é que pode) nesse retangulozinho mágico, o novo canivete suíço da humanidade. O celular vai sair cada vez menos das nossas mãos. Desligar o turbo e perder a via expressa?
Velozmente
Adoro modernidades, e já contei aqui que não vivo sem o meu celular. Mas não tenho certeza se tô preparada pra viver no modo 5G. Agora as fake news vão circular velozmente no zap, ainda mais com a proximidade das eleições (haja paciência). Os grupos de trabalho vão proliferar cada vez mais rápido (ninguém merece). Mensagens de bom dia chegarão antes mesmo do amanhecer. Idem as de alguém tentando nos vender algo. E os celulares da prisão, com 5G? Pensa em golpes a toque de caixa.
Anda difícil desacelerar, esse é o ponto. Complicou pra quem se pergunta todos os dias como baixar o ritmo e processar lentamente os acontecimentos da vida. A gente se acostumou a glorificar a velocidade, a aplaudir quem chega primeiro e quem sai na frente. Crianças pulam fases. Leituras são dinâmicas. Beijos, relâmpago. Emoções são rotuladas em segundos. Pedir um minutinho de atenção já é muito. Dar tempo ao tempo virou luxo. É tudo pra ontem. Amanhã parece ano que vem. Socorro!