Perda para a cultura gaúcha
Morre Glênio Fagundes, músico e apresentador regionalista, aos 88 anos
Artista que comandou por mais de 30 anos o programa "Galpão Nativo" faleceu enquanto dormia, em Porto Alegre
Morreu na manhã desta quinta-feira (25) o músico, escritor, poeta e apresentador regionalista Glênio Fagundes, aos 88 anos. De acordo com o filho dele, Nicácio Cabral Portela Fagundes, o artista morreu enquanto dormia, em sua casa, na Rua Mariante, em Porto Alegre.
Nicácio destacou que a médica que examinou o corpo de Glênio relatou que o artista não sentiu nenhuma dor e "simplesmente apagou". O músico, natural de Cacequi, na Região Central, não tinha nenhuma doença prévia, segundo o seu filho.
Com uma vasta obra dedicada à cultura gaúcha, Glênio Fagundes ainda se destacou como apresentador de rádio e televisão, tendo comandado o programa Galpão Nativo, na TVE, por mais de 30 anos. Ele lançou obras de sucesso, como o livro Cevando o Mate, obra de referência sobre o chimarrão, e o álbum Telurismo, com o grupo Os Teatinos, do qual foi fundador, em 1958.
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Com relação a sua trajetória musical, estudou harmonia com o maestro Armando Albuquerque no Instituto de Belas Artes da Capital (atual Instituto de Artes da UFRGS) e foi diplomado em violão clássico pelo maestro Isaías Savio. Glênio, que era multitalentoso, foi o responsável por confeccionar os primeiros bombos legueros no Rio Grande do Sul.
Ele atuou como apresentador e produtor em diversas rádios: Guaíba, durante três anos, Farroupilha, por outros dois anos, Gaúcha, por mais de nove anos, e FM Cultura, por mais de uma década.
Glênio recebeu, em 2009, da Assembleia Legislativa, a medalha do Mérito Farroupilha. Um ano depois, foi agraciado com o prêmio de representante da cultura da Capital pela prefeitura de Porto Alegre. Ainda em 2010, ele foi patrono do Acampamento Farroupilha.
O artista será velado na capela 1 do Cemitério da Santa Casa, a partir das 20h desta quinta-feira. O sepultamento será às 10h30min desta sexta-feira (26). As cerimônias de despedida serão abertas ao público. O artista deixa seis filhos (Nicácio, Cassiana, Osíris, Terêncio, Horácio e Juvêncio), dois netos (Bibiana de Moura Souza Fagundes e Johannes Souza Fagundes) e a esposa Maria Francisca Fagundes.