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A uma semana do fim da campanha de vacinação contra a poliomielite, RS imunizou apenas 56% do público

Somente 209 dos 497 municípios gaúchos alcançaram a meta

23/09/2022 - 21h20min


Pedro Alt
Andréia Copini / Divulgação
Campanha foi prorrogada até 30 de setembro

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o Rio Grande do Sul está abaixo da meta de vacinação da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite. Prorrogada pela pasta até 30 de setembro, a campanha de vacinação atingiu, até esta sexta-feira (23), apenas 56,2% crianças de seis meses a quatro anos de idade — o público-alvo da campanha —  em território gaúcho. Esses números colocam o Rio Grande do Sul na 11ª colocação entre os Estados brasileiros.

Nacionalmente, a taxa de cobertura até o momento está em 51,25%. O Estado que mais atingiu o público-alvo é a Paraíba, com 79,9% das crianças imunizadas. Ou seja: nenhum dos 26 Estados ou o Distrito Federal alcançou a meta de vacinação de 95%. A campanha nacional começou em 8 de agosto e, inicialmente, terminaria em 9 de setembro.

De acordo com informações da Secretaria Estadual da Saúde (SES), o público-alvo no Rio Grande do Sul corresponde a cerca de 554 mil crianças.

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— Levar as crianças a fazer a vacinação é a manutenção de alta cobertura e o que garante não termos novos casos de pólio — comenta a sanitarista Adriana Zanon Moschen, do Programa Estadual de Imunizações da SES.

Ainda segundo a pasta, a vacina contra a poliomielite não alcançou nos últimos anos, no Rio Grande do Sul, a meta de 95% de cobertura. A análise da série histórica das coberturas vacinais de 2017 a 2020 tem variado entre 75% e 86%.

A situação nos municípios gaúchos

Apenas 209 dos 497 municípios gaúchos alcançaram a meta dos 95% de crianças de seis meses a quatro anos de idade imunizadas contra a poliomielite. Entre os 10 municípios com a menor taxa de crianças vacinadas (ver abaixo), quatro são do Sul do Estado e cinco estão localizados na Região Metropolitana — entre eles, Porto Alegre, com apenas 29,4% do público-alvo imunizado. Em contato com GZH, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da Capital avalia como “muito abaixo do esperado” a adesão à campanha.

— É uma vacina que está incorporada ao calendário vacinal há bastante tempo, é uma situação lamentável. Estamos vivendo um risco de reintrodução da doença pela falta de imunização — afirma Augusto Crippa, enfermeiro do Núcleo de Imunizações da SMS.

A poliomielite é uma doença que não apresenta casos no Brasil desde 1989, segundo Crippa, com certificado de erradicação da doença emitido em 1994 para o país. A baixa cobertura vacinal fez até mesmo que um alerta fosse emitido contra a doença pela Secretaria de Vigilância em Saúde do MS.

Em Porto Alegre, a SMS tomou iniciativas, como a atuação junto a escolas e a extensão de horários de atendimento em unidades de saúde que aplicam a vacina. Para o enfermeiro Augusto Crippa, uma das possíveis explicações para a baixa adesão é justamente um distanciamento temporal dos casos, o que pode fazer com que famílias tenham perdido o “medo” da doença.

— Temos uma cultura de tratamento. Como há muito tempo não há notícias de casos, pode ser que as pessoas tenham perdido a noção da necessidade da vacinação contra a pólio. Mas é difícil dizer um motivo específico que justifique a baixa adesão — acrescenta Crippa.

O município gaúcho com a menor cobertura vacinal é Chuí, no Sul do Estado, com 13,1%. GZH procurou a prefeitura de Chuí para que comentasse a baixa adesão, mas ainda não teve retorno.

Os dez municípios gaúchos com a menor vacinação contra a poliomielite em 2022

  • 1º Chuí - 13,1%
  • 2º Eldorado do Sul - 28,3%
  • 3º Alvorada - 28,8%
  • 4º Gravataí - 29,2%
  • 5º Porto Alegre - 29,4%
  • 6º Canoas - 30,6%
  • 7º Taquara - 31,6
  • 8º Tapes - 33%
  • 9º Rio Grande - 34,5%
  • 10º Camaquã - 34,6%

Poliomielite

A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, acarretar na paralisia dos membros inferiores e até mesmo causar a morte. Um caso suspeito da doença está sendo investigado em Roraima. A vacinação é a única forma de prevenção, de acordo com o MS.


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