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Às escuras

Após furto de cabos, escola está sem luz desde o início do mês no bairro Menino Deus

Enquanto a maior parte dos alunos está com aulas remotas, governo estadual não dá prazo para conserto da rede elétrica e retomada das aulas presenciais

13/09/2022 - 22h22min


Marcella Trindade

Ao menos mil alunos da Escola Estadual de Educação Básica Presidente Roosevelt, localizada no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, estão com aulas parciais e remotas desde 5 de setembro devido ao furto de cabos de energia elétrica.  

Em nota nas redes sociais, a escola divulgou um comunicado alertando pais e alunos de que as atividades seriam retomadas em caráter emergencial a partir de 8 de setembro. Desde então, alunos do primeiro ao quinto ano estão com aulas presenciais com horários reduzidos. No turno da manhã, as aulas ocorrem entre 8h e 11h, e, no turno da tarde, das 13h30min às 16h30min. Para os alunos sexto ao nono ano, as atividades são remotas, via plataforma Google Classroom.

O diretor Márcio de Freitas e a vice-diretora Vanisse Coste relataram que pais, alunos e professores estão enfrentando transtornos nos últimos dias. Segundo Freitas, foram cinco dias consecutivos em que a escola foi arrombada e teve cabos furtados, entre 1º e 5 de setembro. A invasão na madrugada do dia 5 foi a definitiva para se apagarem todas as luzes da escola, quando os criminosos levaram oito cabos de cobre essenciais para funcionamento da rede elétrica.

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Para o diretor, a localização do prédio não favorece a escola. 

— Aqui é muito escuro. Estamos dando aula para as crianças nas salas dos fundos, onde o sol entra melhor para ajudar na iluminação. Mas, infelizmente, estamos encerrando as atividades às 17h devido à falta de luminosidade. Por isso, tivemos que optar pelo estudo remoto para a maior parte dos alunos — explica Freitas.  

O governo do Rio Grande do Sul, bem como a Coordenadoria Regional de Educação, foram alertados sobre o caso. Nesta terça-feira (13), a Secretaria de Obras e Habitação do Estado esteve na escola para avaliar os danos. Segundo o diretor da Presidente Roosevelt, o governo não deu um prazo para conserto da rede elétrica.

A delegada Ana Luiza Caruso, responsável pela 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, afirma que um dos envolvidos no crime foi preso em flagrante ainda na madrugada do dia 5 e acabou sendo solto no dia seguinte. 

Preocupação dos pais

A diretoria da escola relatou que há pais que estão muito preocupado e, alguns, irritados com a situação.

— Entendemos que a redução na carga horária prejudica a rotina de algumas famílias. Estamos fazendo o possível para que o conserto seja o mais rápido possível, mas, agora, dependemos do Estado — explica Vanisse Coste.

Para Tatiana Camini, mãe de um menino de sete anos, aluno do segundo ano do Ensino Fundamental da escola, a situação é precária e absurda.

— A escola está às escuras, sem luz, sem telefone, as crianças estão tendo aula no escuro, professores usando lanternas de celulares para iluminar o quadro e colocando eles grudados no quadro, um absurdo. Quando consultados, informam que não tem prazo para o conserto, que deve durar, no mínimo, todo o mês de setembro, se não mais. Nem merenda eles podem ofertar para as crianças. Meu filho relatou que estão oferecendo apenas bolachas e suco quente e os bebedores estão sem água — relata Tatiana.  

O que diz a Seduc

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) comenta sobre a situação da escola em nota, na qual aponta também que está sendo realizada a tomada de preços para realização do serviço para retomar o abastecimento de energia elétrica. Mas não estipula um prazo para conclusão do trabalho. Leia a nota na íntegra:

Em relação à Escola Presidente Roosevelt, de Porto Alegre, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que a reforma da rede elétrica, devido ao furto dos fios, ocorrerá por meio da verba de Autonomia Financeira, valor que é repassado mensalmente às escolas. Neste momento, a equipe diretiva está realizando a tomada de preços para execução do serviço. As aulas acontecem no formato remoto e presencial.”



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