Se não fosse a artrose, juro que eu passaria o dia inteiro de dedos cruzados. Queria atrair toda a sorte possível, sabe? Da mesma forma que aquelas placas de energia solar são colocadas nos telhados das casas e prédios pra captar raios solares e gerar energia, eu adoraria que meus dedos cruzados se tornassem uma usina produtora de sorte. Assim poderia distribuir pra todo mundo que precisa. Claro que, nessa farta distribuição, eu usaria um pouco dessa sorte pra mim e pros meus. 

Nesse momento, tem tanta coisa importante prestes a acontecer. Um empurrãozinho da dona sorte viria bem. Por isso, eu cruzo meus dedos até doer. Pobres indicadores e dedos médios. Aliás, esse aí sozinho geralmente é lembrado pra passar mensagens nada educadas. Mas quando se une ao indicador, muda a vibe e só deseja o melhor. Não vai ser uma artrosezinha (pelo menos por enquanto) que me impedirá de usar os dedos em promessas e juramentos carregados de esperança.

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Trabalho

Se tudo der certo, posso dividir toda essa sorte com você. Nunca é demais, né? Um mundaréu de sorte no trabalho, nos relacionamentos, nos estudos, nos negócios, nos planos futuros. Sorte em assuntos fundamentais como a saúde. E se não for pedir demais, uma parcela extra de sorte pra afastar os perrengues do dia a dia. Tipo a obra do vizinho que não acaba. Ou chover quando se está de sapato novo. Sorte pra não torcer o pé na rua. Sorte pra comida sair boa se tem convidado na mesa.

Qual foi a última vez que você desejou boa sorte pra alguém? Antes da prova? De uma entrevista de emprego? Sorte também se deseja sem dizer, só mentalmente. Dá o mesmo efeito se for desejada de coração. E tem a sorte que já está com a gente, e esquecemos de perceber (ainda mais de agradecer). Tudo no seu devido lugar, vida organizadinha, paz interior, consciência limpa, amar e ser amada. Que baita sorte! Prefiro isso do que ganhar na mega-sena acumulada. Dedos cruzados pra atrair mais.