Coluna da Maga
Magali Moraes: depois do almoço
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Tanta coisa pode acontecer após o cruzar definitivo dos talheres em cima do prato. Se ainda tiver espaço, a sobremesa é bem-vinda. Se tiver mais tempo e assunto, uma conversa gostosa segura todos na mesa e estica o almoço. Alimentar a alma é tão importante quanto o corpo. Depois do almoço, tem cafezinho ou chá. E tem alguém que levanta primeiro e começa a recolher os pratos. Almoço demorado é o que se espera dos finais de semana, onde comer se transforma fácil em lazer e entretenimento.
E a preguiça que dá depois do almoço? É como se o sistema digestivo se vingasse da gente. Quem mandou ser guloso. Agora é reagir ou se entregar. Feliz de quem pode fazer um soninho e acordar com a cara amassada, sem noção se é noite ou dia (escurecer o quarto, que perigo). Já levanta pronto pro café da tarde, sabe assim? Sonhou dormindo e emenda sonho de Mu-Mu. Alguém sentiu cheiro de bolo no ar? É provável que a toalha de mesa ainda esteja lá, esperando a turma voltar.
Corrido
Nem sempre é esse paraíso. Durante a semana, o ritmo é outro. E é corrido. O depois do almoço nem rende coluna. Engole a comida, que a vida chama. São os compromissos que definem a quantidade de mastigadas. Sem falar em quem almoça na frente do computador (indigesto, hein). Ou o trabalho nem deixa almoçar. A preguiça pode até bater, mas leva um chega pra lá. Dormir não é uma opção. Quem comeu demais que lute. Pra isso já inventaram o chá pós refeição. Cada gole, uma bênção.
Essa semana tem feriado, será que vai dar pra comer com mais calma? Depois do almoço, a pia cheia de louça pra lavar é um clássico. Voluntários, se apresentem ou serão convocados. Depois do almoço, tem a TV ligada em algum programa que ninguém tá vendo direito. Se antes todos prestaram atenção na comida, é o que importa. E quem almoça sozinho? Sinta-se bem acompanhado, e arrume uma mesa bonita só pra você. Depois desse parágrafo, vou ali passar um café. Almocei há pouco.