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Coluna da Maga

Magali Moraes e o barulho dos vizinhos

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

19/09/2022 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Algum dia, ele chega. Pior se forem todos os dias. Choro de bebê, discussão de casal, TV berrando, sabe-se lá o que mais. Existe uma hora menos irritante pra ouvir o barulho dos vizinhos? De madrugada, tem o intrigante arrastar de móveis. Ou a famosa martelada, que pode ser o bater de rabo de um cachorro hiperativo (meme ou verdade?). Que seja um barulho rápido, e não o de obra que dura meses. Que seja momentâneo, e não rotineiro como os saltos saltitantes caminhando no andar de cima. 

Ah se fosse apenas o barulho do mar batendo nas pedras. Ou o som dos passarinhos (até dos desafinados). Quem mora na cidade convive com sirenes, freadas, britadeiras e buzinaços. Pobre ouvido. O que dizer do clássico cano de descarga rugindo na avenida na calada da noite? Barulho sobe, não importa que a gente more em andar alto. Tira o sono e o bom humor. Até uma música que também gostamos pode incomodar. Idem algum vizinho aprendendo a tocar um instrumento.

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Ensurdecedor

E quando a gente que é a vizinha fazendo barulho pros outros? Acontece contra a vontade, acredite. Aquele ruído ensurdecedor que vem de dentro de casa e nos envergonha, mas é inevitável. Aqui vai: essa coluna é um pedido de desculpas pros vizinhos que ouvem o bate-bate furioso da minha lava-roupas fazendo o seu serviço. E olha que ela nem é das antigas. Centrifugando parece uma bateria de escola de samba, sem ritmo e sem melodia. Secando é um furacão desgovernado, só falta voar. 

E quando esqueço de ver que horas são e invento de ligar a máquina? Vou acabar sendo multada por invadir o horário de silêncio do prédio. Pelo menos, as roupas da família estão sempre limpas e cheirosas. Amanhã é feriado aqui no Estado, melhor nem ligar a maldita. Imagina atrapalhar o descanso dos vizinhos e provocar uma nova Guerra dos Farrapos? Que a revolução não aconteça, prefiro a paz. Melhor o barulho de pipoca pulando na panela. E o da rolha saindo da garrafa de vinho.



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