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Coluna da Maga

Magali Moraes: final de ano

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

02/09/2022 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Não sou eu quem diz, é setembro que já está aqui. Até que enfim agosto se foi. Logo mais nos despedimos do inverno e recebemos a primavera. Daqui a exato um mês, temos eleições. Depois, Copa do Mundo. Alguma dúvida de que o final de ano vai chegar num piscar de olhos? Melhor ir se preparando pra ver a primeira vitrine de Natal (sempre um choque). A gente reclama que passa rápido, e faz a roda girar com ainda mais velocidade pra virar o ano. Dessa vez, serei do contra. Quero que demore.

Se o calendário atropelar como de costume, não vou conseguir curtir do jeito que eu gostaria. Fora o que já citei, no setor familiar tem muita coisa pra acontecer de hoje até dezembro. Estamos construindo uma casa. Coisa linda ver um sonho tomando forma. E apavorante também. Porque esse tipo de sonho não é barato. Custa inclusive noites de sono. Daí eu pergunto: a gente senta e espera eternamente o momento mais propício e seguro de todos? Quem garante? Chama a coragem e vai.

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Cada milheiro de tijolos, cada saco de pregos e de cimento, as tantas madeiras e ferros já têm cara de lar. Consigo circular pela casa e imagino a gente vendo TV na sala, botando a mesa pra jantar, abrindo a janela do quarto de manhã cedo. O reboco ainda não terminou, faltam paredes pra subir. Isso não me impede de enxergar quadros pendurados e plantas aqui e ali. Acompanhar uma obra é entender o quão manual é construir. De ponto em ponto, surge um artesanato de concreto. 

Ao menos setembro poderia andar devagar, se não for pedir muito. Pra gente ganhar tempo e fôlego financeiro. O contraditório é que quanto mais enxergamos uma obra se transformando em casa, mais queremos que termine logo pra chegar de mala e cuia. Uma certeza: esse dezembro vai ser diferente de qualquer outro. Em meio à maluquice de Natal e Ano-Novo, a doidera de habitar (ou acampar) uma casa que há dois anos vimos rabiscada num papel. Depois no computador. E agora, real.  



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